Mensagens e provas: como a PF chegou a Sóstenes e Jordy por desvio de cotas parlamentares

Atualizado em 19 de dezembro de 2025 às 8:30
Os deputados bolsonaristas Carlos Jordy (PL) e Sóstenes Cavalcante (PL). Foto: Reprodução

Mensagens de celular, depoimentos e quebras de sigilo colhidos com assessores foram o que levou a Polícia Federal até os deputados bolsonaristas Carlos Jordy (PL-RJ) e Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), alvos de buscas na Operação Galho Fraco, deflagrada nesta sexta-feira (19), conforme informações do blog de Camila Bomfim, do G1.

A operação teve como ponto de partida uma ação realizada há exatamente um ano. Em 19 de dezembro do ano passado, a PF mirou assessores de Jordy e Sóstenes. Desta vez, os parlamentares foram alvo de buscas depois que a Polícia Federal chegou aos deputados a partir do material colhido naquela operação que focou nos assessores.

O esquema revelado à época envolvia agentes públicos e empresários que teriam estabelecido um “acordo ilícito para o desvio de recursos públicos oriundos de cotas parlamentares”. Para isso, teriam usado contratos falsos com locadoras de veículos.

No ano passado, o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido de buscas contra os próprios parlamentares — e a Procuradoria-Geral da República (PGR) também se manifestou contra. Agora, com um farto material colhido junto aos assessores, Dino autorizou a operação contra os deputados.

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O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF). Foto: Reprodução

A operação

Os policiais federais cumprem sete mandados, expedidos por Flávio Dino, no Distrito Federal e no Rio de Janeiro. A operação é um desdobramento da “Rent a Car”, deflagrada em dezembro do ano passado, e apura crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Segundo as investigações, agentes políticos, servidores comissionados e particulares atuaram de forma coordenada para desviar valores do orçamento público e ocultar a verba. A cota parlamentar é um recurso extra, além do salário, destinado a cobrir despesas como passagens, hospedagem e manutenção de escritório.

Durante o cumprimento das ordens judiciais, investigadores da Polícia Federal apreenderam mais de R$ 400 mil em dinheiro vivo em um endereço ligado a Sóstenes Cavalcante. Os mandados ainda estão em andamento na manhã desta sexta tanto em Brasília quanto no Rio de Janeiro.