Mercadante ao DCM: tempestade perfeita está se formando em torno do clã Bolsonaro

Atualizado em 18 de junho de 2020 às 14:12
Aloizio Mercadante fala com o DCM. Foto: Reprodução/DCMTV/YouTube

Em entrevista ao DCM, nesta quinta-feira (18/6), o ex-ministro Aloizio Mercadante declarou que as instituições democráticas do país estão contento o impulso autoritário e golpista de Bolsonaro. em várias frentes. “O parlamento, por exemplo, recusou a medida provisória que permitia ao Weintraub nomear os reitores das universidades, que era uma aberração. O Supremo Tribunal Federal vem fazendo o enfrentamento em várias frentes, na questão das fake news, na questão dos ataques que os ministros sofreram”, analisou.

De acordo com o ex-ministro, há quase que um consenso no Supremo contra essas atitudes irresponsáveis, contra essa vocação autoritária e golpista do governo Bolsonaro. “Agora, a Polícia Civil e o Ministério Público. Então, eu vejo que uma tempestade perfeita está se formando em torno do clã Bolsonaro”, afirmou.

Manifestação popular

Mercadante voltou a defender que a mobilização popular é o fator que realmente vai mudar a história.” Eu apoiei fortemente aquela mobilização das torcidas organizadas, o PT apoiou, participou, está solidário com essa iniciativa. Acho que o Partido e as centrais sindicais devem convocar manifestações, carreatas e manifestações de rua”, defendeu.

“Depois da pandemia, essa insatisfação reprimida e generalizada, já vista nos panelaços, vai vir para rua com toda a intensidade e é isso que pode verdadeiramente inviabilizar o governo Bolsonaro”, afirmou. “Isso porque os setores conservadores, liberais, o PSDB, o DEM, esses partidos, disseram claramente que são contra o impeachment, ou seja, não tem voto para aprovar o impeachment no Congresso”, disse.

O ex-ministro afirmou ainda que há 35 pedidos de impeachment, alguns inclusive com os dados já mostrados de movimentação financeira, tudo que envolve o clã e atinge indiretamente o própria Bolsonaro, porque a mulher dele teria recebido dinheiro desse esquema. “Se não houver uma aliança forte com esse centro, que não é bolsonarista, mas que apoiou e militou, o Luciano Hulk, por exemplo, assinou aquele manifesto pela democracia sem dizer muita coisa, mas na campanha disse que era uma ressignificação política a vitória do Bolsonaro e deu apoio total dele pro Bolsonaro, assim como os três governadores do PSDB, o processo não avança. Por isso, sem mobilização popular não vai ter pedido de impeachment”, concluiu.

Prisão do Queiroz

Sobre a prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, Mercadante foi cauteloso. “Eu acho que o Queiroz tem claramente um esquema miliciano do Rio das Pedras, tem várias mortes nas costas, tem uma formação militar, uma disciplina. Então, eu não sei se ele é uma pessoa que vai sair entregando tudo o que sabe e sabe, seguramente, muita coisa por tudo que se viu”, disse.