Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, manifestou seu apoio aos ajustes fiscais propostos pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, reforçando o compromisso com a sustentabilidade fiscal. Ainda assim, em coletiva de imprensa, ele declarou que os movimentos sociais estão corretos ao criticar cortes de despesas, pois isso traz um contraponto necessário às pressões do mercado financeiro.
“Tenho total compromisso com o esforço do governo para o arcabouço fiscal. Ainda não está definido, mas na hora que sair o pacote de ajuste, vou defendê-lo. Confio que a equipe econômica, com presidente Lula coordenando, vai ter decisão sábia”, pontuou, segundo o Valor.
Sobre as críticas de partidos de esquerda, incluindo o PT, Mercadante defendeu que o partido do governo deve apoiar as decisões governamentais, destacando a diversidade interna do PT. “Às vezes o PT é um partido tão complexo que não precisa nem de oposição, ele cumpre todos papéis”, comentou.
BNDES contribui com dividendos e investimentos em crescimento econômico
Mercadante destacou o papel do BNDES na contribuição fiscal, com um pagamento de R$ 25 bilhões em dividendos, equivalente a 125% do lucro do ano anterior, um esforço extraordinário para apoiar a sustentabilidade fiscal do governo. Ele enfatizou a importância de manter uma trajetória sustentável nas despesas obrigatórias, a fim de garantir espaço para investimentos.
A indústria também teve destaque neste trimestre, superando pela primeira vez o setor agropecuário em aprovações de crédito devido a um atraso sazonal no plantio da safra agrícola. Esse fator sazonal deverá se reverter com o aumento da demanda de crédito para o setor agrícola nos próximos meses.
Nos nove primeiros meses do ano, as aprovações do BNDES cresceram 39%, totalizando R$ 137,4 bilhões, enquanto as consultas avançaram 30%, chegando a R$ 258,9 bilhões. Os desembolsos aumentaram 15%, totalizando R$ 87 bilhões.
Perspectivas climáticas e geopolíticas
O BNDES está em fase de planejamento para a criação de uma área de estudos voltada aos impactos das mudanças climáticas, contratando uma consultoria especializada para determinar as medidas necessárias. Mercadante destacou a importância de uma estrutura que vá além do monitoramento de desastres, incluindo estudos para reconstrução.
O presidente da instituição comentou também sobre o cenário global marcado por riscos econômicos e geopolíticos. Segundo ele, o Brasil pode se beneficiar da disputa entre EUA e China, explorando novos mercados, mas alertou para a necessidade de cautela e para o potencial aumento de medidas protecionistas no comércio global.
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