
A decisão do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), de marcar a sabatina de Jorge Messias para 10 de dezembro deixou o advogado-geral da União com menos de duas semanas para conversar com os 81 senadores e tentar garantir os 41 votos necessários para sua aprovação ao Supremo Tribunal Federal (STF). Com informações do Globo.
A indicação de Messias foi feita no dia 20, mas a data da sabatina foi definida antes mesmo de o Palácio do Planalto enviar ao Congresso a mensagem oficial — etapa que inicia formalmente o processo.
O gesto de Alcolumbre acendeu o alerta no Planalto, especialmente porque o presidente do Senado defendia Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a vaga na Corte e ficou contrariado com a escolha de Lula.
Corrida contra o tempo no Senado
Messias já circulou pelo Senado pedindo apoio, reuniu-se com parlamentares como Eduardo Braga, Sergio Petecão, Confúcio Moura, Lucas Barreto, Otto Alencar e Eliziane Gama, mas avalia-se que somente a articulação tradicional do governo não será suficiente. Por isso, aliados defendem que Lula entre diretamente nas conversas para tentar reverter o clima de resistência entre senadores.
O presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Otto Alencar (PSD-BA), admitiu que a sabatina pode ser adiada caso a mensagem formal do Planalto demore a chegar. “Enquanto [a mensagem] não chegar ao Senado, corre o risco de a sabatina ser adiada. Mas, por enquanto, valem as datas marcadas”, afirmou.
Messias disse não estar preocupado com a demora: “Isso tem que ver com o Planalto”. Ele também afirmou que ainda não foi atendido por Alcolumbre, mas espera que a conversa ocorra “no momento certo”: “Gosto muito do presidente Alcolumbre, estou tentando falar com ele, no momento certo ele vai me atender”.
Nos bastidores, admite-se que a relação entre Messias e Alcolumbre foi abalada pela escolha de Lula para o STF. O ambiente no Senado também é descrito como hostil ao governo, o que torna o corpo a corpo mais difícil.
Pessoas próximas ao AGU classificam o cronograma como “dramático” e avaliam que o curto prazo limita a capacidade do indicado de construir apoios num momento de mau humor da Casa com o Planalto.
