Messias é escolhido por Lula para vaga de Barroso no Supremo

Atualizado em 20 de novembro de 2025 às 13:44
Lula e Jorge Messias, candidato ao STF. Foto: reprodução

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou, nesta quinta-feira, 20, o advogado-geral da União, Jorge Messias, para a vaga aberta no STF após a aposentadoria de Luís Roberto Barroso. A decisão foi formalizada em reunião no Palácio da Alvorada, em Brasília. Messias era considerado o favorito do presidente desde o início das discussões internas no governo.

Na segunda-feira, Lula já havia comunicado ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que ele não seria o escolhido para o Supremo. O presidente afirmou que precisa do senador como candidato ao governo de Minas Gerais em 2026, e que considera o cargo estadual mais relevante do que uma cadeira no STF. Apesar disso, Lula reconhece que Pacheco é o preferido de grande parte dos senadores.

A indicação de Messias enfrenta resistência no Senado, que ainda precisa aprovar o nome. Lula insiste que a prerrogativa é exclusiva da Presidência da República e não negocia a escolha. A avaliação interna é de que Messias se consolidou como principal referência jurídica do governo, assumindo funções que antes eram desempenhadas por Flávio Dino, hoje ministro do Supremo.

Messias ampliou sua influência dentro do governo a partir da transição, quando coordenou a equipe jurídica responsável pela reorganização da Esplanada. Ao longo do mandato, tornou-se interlocutor frequente de Lula em temas legais e políticos. A postura firme na defesa do STF e na contestação de propostas que beneficiariam condenados pelos ataques de 8 de janeiro foi vista como decisiva.

Jorge Messias, AGU. Foto: Mathilde Missioneiro/Folhapress

Além da atuação institucional, Messias teve papel relevante como ponte com o segmento evangélico, setor no qual exerce liderança como diácono em Brasília. No governo, sua atuação incluiu também o enfrentamento às sanções financeiras impostas pelos Estados Unidos ao ministro Alexandre de Moraes durante a gestão Donald Trump.

Se aprovado, Jorge Messias será o terceiro ministro evangélico entre os 172 que já passaram pela corte em 134 anos. A escolha reforça a estratégia de Lula de privilegiar nomes de confiança pessoal e institucional para o Supremo, mesmo diante de divergências internas e de pressões do Senado.