No desdobramento da investigação sobre a invasão da conta da primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, no X, antigo Twitter, a Polícia Federal (PF) identificou um dos responsáveis como João Vítor Corrêa Ferreira, de 25 anos, morador de Ribeirão das Neves (MG). João Vítor produz músicas nazistas, transfóbicas e misóginas, e é dono do perfil “Maníaco” em plataformas como Spotify, YouTube, Deezer e Facebook.
A conta, que possui 4,4 mil ouvintes mensais no Spotify e é classificada como “artista verificado”, chama a atenção pelas letras abertamente ofensivas e carregadas de falas criminosas. O conteúdo inclui álbuns com mensagens de segregação regional e músicas que promovem a pureza racial, relembrando a ideologia adotada pelo nazismo alemão.
Dentre as faixas controversas, destaca-se “Mulher gosta de porrada”, do álbum “Incel pardo”, que faz apologia à violência de gênero, descrevendo cenas de agressões contra mulheres.
Outra música, intitulada “Inflação do mercado bucetal”, reduz mulheres a “dois meros buracos”. Em “Macumba”, o autor associa religiões de matriz africana, nordestinos, negros e a África à pobreza, propagando preconceito e estereótipos.
A abordagem depreciativa de João Vítor em suas músicas não se limita à violência contra mulheres, estendendo-se a ataques contra negros, pardos e pessoas de religiões afro-brasileiras.
Seu perfil foi removido do Spotify após uma matéria do jornal O Globo que revelou o conteúdo. Segundo o jornal carioca, o Spotify afirmou que “não permite conteúdo que promova o extremismo violento ou que incite à violência ou ao ódio contra um grupo de pessoas com base no sexo”. No entanto, a empresa não esclareceu como o perfil conseguiu a conta verificada.