Micareta golpista de Bolsonaro terá setor “pipoca” na Paulista (SP) e custará R$ 90 mil a Malafaia

Atualizado em 24 de fevereiro de 2024 às 9:14
Bolsonaristas na Avenida Paulista. Foto: reprodução

No evento em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está programado para ocorrer na Avenida Paulista, em São Paulo, a organização já delineou detalhes específicos para a logística do acontecimento. De acordo com informações da equipe responsável, foi elaborado um croqui para o local, que inclui áreas designadas para diferentes fins durante o evento.

Segundo o croqui, está previsto um espaço estratégico em frente ao carro de som, apelidado de “Pipoca”, reservado para jornalistas, seguranças e assessores de parlamentares que estarão presentes. No entanto, esses profissionais não terão acesso ao caminhão de som onde estarão as autoridades.

De acordo com a jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, o termo “Pipoca” é uma referência ao espaço ocupado por foliões nas ruas durante o Carnaval da Bahia, separado dos blocos privados por um cordão de isolamento. Essa escolha reflete a natureza festiva do evento planejado em apoio a Bolsonaro.

Ainda de acordo com a representação, os caminhões serão dispostos em forma de “L”, na Paulista, e as pessoas só poderão acessar a estrutura com pulseiras VIP. O trio onde o presidente estará presente foi batizado de “Demolidor”. O nome foi atribuído pelo proprietário do caminhão, que o alugou para o pastor Silas Malafaia, responsável pelo patrocínio do evento.

Malafaia anunciou que investirá cerca de R$ 90 mil na realização do evento, arcando com todos os custos. Dentre os gastos previstos, estão o aluguel do trio Demolidor por R$ 55 mil, do trio Katrina, destinado aos convidados, por R$ 19 mil, e do veículo de ambulância por R$ 2 mil. Além disso, cada segurança que estará presente receberá uma diária de R$ 250.

Croqui do ato de apoio a Bolsonaro enviado à Folha de S.Paulo por Silas Malafaia. Reprodução

A abertura do evento será realizada por Michelle Bolsonaro, conforme antecipado pelo UOL. O pastor Silas Malafaia, financiador do ato, enfatizou que o tom dos discursos deverá ser cauteloso, evitando qualquer conotação golpista, especialmente devido às investigações envolvendo o ex-presidente.

Malafaia destacou que apenas ele mencionará o nome do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sem intenção de agressão, mas sim de “constatações” sobre suas decisões. A organização do evento reiterou o compromisso de não atacar autoridades, buscando uma manifestação pacífica e respeitosa. O receio em proferir mensagens golpistas, que podem complicar a situação jurídica do ex-presidente, é o motivo para que o acesso aos trios seja tão seleto.

Apesar disso, parlamentares como Nikolas Ferreira(PL-MG) e Gustavo Gayer (PL-GO) e o senador Magno Malta (PL-ES) estão escalados para discursar, representando o bolsonarismo e bandeiras religiosas. O pastor Malafaia enfatizou que não é possível controlar individualmente as ações de todos os participantes, mas ressaltou que comportamentos hostis não estão alinhados com as diretrizes do evento.

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