Uma pesquisa realizada pelo Ipec revelou que a opinião pública sobre a convocação do ato bolsonarista em São Paulo não agradou a população em geral. A manifestação foi convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após tornar-se alvo de investigação da Polícia Federal. Os dados revelam uma divisão clara de percepções, com a maioria dos entrevistados considerando o ato como um erro.
Segundo a pesquisa, divulgada na coluna de Lauro Jardim, no jornal O Globo, 61% dos entrevistados acreditam que Bolsonaro errou ao convocar a manifestação, contrastando com os 30% que avaliaram a ação como correta. Os que não responderam totalizaram 8% do total.
Essa tendência foi refletida inclusive entre os eleitores de Bolsonaro em 2022, com 34% deles considerando a convocação um equívoco. Já entre os apoiadores do presidente Lula, 84% compartilharam dessa visão crítica.
A manifestação, realizada na Avenida Paulista, no centro de São Paulo no último dia 25, foi bancada pelo pastor Silas Malafaia e foi interpretada como uma tentativa de Bolsonaro demonstrar força política em meio às investigações da Polícia Federal, que o envolvem em supostos planos golpistas para se manter no poder e impedir a posse de Lula.
A Operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal, aponta o ex-presidente como mentor da trama golpista que envolveu membros do executivo na época, alguns parlamentares de sua base, juristas da Advocacia-Geral da União e militares, como o ex-comandante das Forças Armadas na época, o almirante da Marinha Almir Garnier.
A pesquisa, conduzida entre os dias 1º e 5 de março e com uma amostra de 2 mil pessoas, também detalhou a avaliação do governo do presidente Lula (PT) pelos brasileiros. Os números revelam uma redução na avaliação positiva sobre a gestão petista, embora a aprovação ainda seja superior à quantidade de pessoas que reprovam o governo.
De acordo com o levantamento, houve uma queda na aprovação do governo Lula, com 33% dos entrevistados classificando-o como ótimo ou bom, uma diminuição de 5 pontos percentuais em comparação a dezembro. Já a parcela que considera o governo ruim ou péssimo permaneceu estável, em 32%, enquanto a avaliação regular aumentou para 33%.