Michelle Bolsonaro admitiu, pela primeira vez, a hipótese de se candidatar em 2026, caso Jair Bolsonaro permaneça fora da disputa. A ex-primeira-dama afirmou que assumiria esse papel “se for da vontade de Deus” e prometeu agir como “uma leoa” para defender valores conservadores.
“Me levantarei como uma leoa para defender nossos valores conservadores, verdade e justiça. Se, para cumprir a vontade de Deus, se tornar necessário que eu assuma a candidatura política, estarei pronta para fazer o que Ele pedir para mim”, disse Michelle em entrevista ao jornal britânico The Telegraph.
A declaração vem após a condenação de Jair Bolsonaro pelo STF, que resultou em 27 anos e 3 meses de prisão por liderar a tentativa de golpe de 2022. Além da pena, o ex-presidente já havia sido declarado inelegível em 2023 por ataques ao sistema eleitoral durante reunião com embaixadores.
“Minha completa atenção está voltada para cuidar das minhas filhas e do meu marido neste momento delicado”, prosseguiu.
Pesquisas recentes do Datafolha indicam que Michelle aparece mais bem posicionada do que os filhos de Bolsonaro em simulações contra o presidente Lula. Em um eventual segundo turno, ela teria 40% das intenções de voto contra 48% do petista, enquanto Eduardo e Flávio Bolsonaro teriam desempenho inferior. Já contra Tarcísio de Freitas (Republicanos), Lula venceria por 45% a 41%.
Segundo a Folha de S.Paulo, aliados de Bolsonaro avaliam a possibilidade de uma chapa com Tarcísio candidato à Presidência e Michelle como vice. Até agora, contudo, a ex-primeira-dama vinha se colocando apenas como pré-candidata ao Senado pelo Distrito Federal.
Na entrevista, Michelle também atacou o Supremo Tribunal Federal e o governo Lula. “O julgamento de Jair e outros inocentes foi uma farsa judicial”, afirmou, dizendo que as acusações contra o marido são “fabricadas” e visam esconder problemas mais graves no país.
Michelle ainda comentou as sanções impostas pelos Estados Unidos de Donald Trump contra produtos brasileiros, afirmando que a responsabilidade é de Lula e do ministro Alexandre de Moraes: “O governo Lula parece empenhado em provocar o caos no Brasil e depois atribuí-lo a Trump. Podemos claramente identificar os responsáveis por elas: Lula e Alexandre de Moraes, cujas ações provocaram essa crise”.