
Michelle Bolsonaro ampliou a lista de vetos internos no PL e avisou que também rejeita qualquer apoio do partido à candidatura de Eduardo Paes (PSD) ao governo do Rio de Janeiro em 2026, além de já ter barrado a articulação com Ciro Gomes no Ceará, conforme informações do colunista Igor Gadelha, do Metrópoles.
Em conversas reservadas, a ex-primeira-dama tem repetido a aliados que “não engole” Paes e que trabalhará ativamente contra uma composição com o prefeito do Rio.
Segundo relatos, Michelle afirmou que, “no momento oportuno”, tratará do assunto com o pastor Silas Malafaia, aliado ferrenho da família Bolsonaro e figura de influência entre evangélicos no estado — mas que também mantém boa relação com Paes. A ex-primeira-dama quer que o líder religioso ajude a impedir a aliança no Rio.
Paes menciona tratativas com o PL
A discussão ganhou força após declarações de Eduardo Paes, que disse não ter dúvidas de que caminharia politicamente ao lado de Altineu Côrtes (PL-RJ), presidente do PL fluminense, durante um evento em outubro.
“Eu não tenho dúvida de que nós vamos estar juntos, mas por um só amor, Altineu. Por amor ao estado do Rio de Janeiro”, disse.
Nos bastidores, a negociação envolveria apoio do PL à candidatura de Paes ao governo estadual, em troca de empenho do prefeito ao projeto de reeleição do governador Cláudio Castro (PL) para o Senado.
O “veto de Michelle a Ciro Gomes”
Michelle criticou, no último domingo, a aproximação entre o PL do Ceará e Ciro Gomes durante o lançamento da pré-candidatura de Eduardo Girão (Novo) ao governo do estado. A articulação é conduzida por André Fernandes e irritou os filhos do ex-presidente — Flávio, Carlos e Eduardo —, que acusaram Michelle de desautorizar Bolsonaro.
Olha Michelle Bolsonaro dando bronca no André Fernandes, aquele deputado trombadinha que meteu a mão no meu microfone uma vez. Quem mandou se aliar ao Ciro Gomes, agora será cobrado. pic.twitter.com/3YSzYFVh38
— GugaNoblat (@GugaNoblat) November 30, 2025
Depois da visita de Flávio ao pai na Superintendência da Polícia Federal, o PL também fará uma reunião para — nas palavras de integrantes da sigla — “enquadrar” Michelle. A orientação será reforçar que o cargo de presidente do PL Mulher é subordinado à Executiva Nacional e que decisões políticas estratégicas passam por Jair Bolsonaro.
O objetivo é que, quando Michelle visitar o marido na quinta-feira, ele próprio peça que ela recue.