
Michelle Bolsonaro foi homenageada na quinta-feira (13) com a medalha Ives Gandra da Silva Martins, concedida pela Academia William Shakespeare. A cerimônia aconteceu na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), que informou não ter ligação com a premiação, apenas cedeu o espaço. A entidade, conhecida por premiar figuras bolsonaristas, justificou a homenagem pelos “serviços prestados à comunidade e à sociedade”.
A ex-primeira-dama recebeu ainda o título de “Embaixadora da Paz” e discursou sobre seu trabalho com a comunidade surda e o programa “Pátria Voluntária”, iniciativa de voluntariado do governo Bolsonaro. “Este título simboliza mais do que uma conquista pessoal. Ele reforça a necessidade de seguirmos unidos e de ampliarmos os debates”, declarou Michelle.
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Ives Gandra da Silva Martins, que dá nome à medalha, não compareceu à cerimônia por estar internado para tratar uma infecção. A homenagem foi entregue por seu filho, Ives Gandra Martins Filho, ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Gandra pai é o jurista conhecido por defender que as Forças Armadas podem agir como “poder moderador”, tese usada por bolsonaristas para justificar tentativas de golpe.
Em mensagens encontradas no celular de Mauro Cid, havia consultas feitas a Gandra sobre a possibilidade de intervenção militar. O jurista citava o golpe de 1964 como exemplo e afirmava que as Forças Armadas poderiam ser acionadas para resolver conflitos entre os Poderes. Essa tese foi rejeitada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2024.
Na semana retrasada, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, participou de um almoço com o filho de Ives Gandra. A presença do chefe do Ministério Público Federal ao lado de figuras ligadas ao bolsonarismo levantou questionamentos. Gandra Filho, no entanto, afirmou que “não houve nada de política” na conversa.

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