Michelle consegue derrubar vídeos em que é chamada de “ex-garota de programa”

Atualizado em 15 de julho de 2025 às 14:18
Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama do Brasil. Foto: reprodução

A ex-primeira dama Michelle Bolsonaro (PL) obteve uma vitória judicial na última sexta-feira (11), quando o desembargador Álvaro Ciarlini determinou a remoção imediata de dois vídeos em que a influenciadora Teônia Mikaelly Pereira de Sousa a chamou de “ex-garota de programa” durante um podcast. A decisão reverteu liminar anterior que havia negado o pedido de Michelle.

Os réus, incluindo a Meta, empresa dona do Instagram, receberam 48 horas para retirar os conteúdos ofensivos sob pena de multa diária de R$ 5 mil, podendo chegar a R$ 300 mil. Caso descumpram, também estarão sujeitos a outras sanções penais.

Apesar das falas terem sido originalmente veiculadas no YouTube, a ação incluiu a Meta devido ao potencial de disseminação do conteúdo em suas plataformas. No entanto, ainda é possível encontrar o vídeo no X. Veja:

O caso ganhou destaque quando Teônia Mikaelly, durante discussão que comparava Michelle à atual primeira-dama Janja Lula da Silva, fez declarações consideradas difamatórias: “Ela vive uma postura de uma mulher que é dama, dona da família. Ela incorporou o personagem que ela não vive”, iniciou. “Todo mundo sabe que ela é ex-garota de programa e que a família inteira tem passagem pela polícia”.

A primeira decisão judicial, do juiz Leonardo Maciel Foster da 1ª Vara Cível de Brasília, havia negado a remoção imediata dos vídeos com base no argumento da liberdade de expressão, princípio frequentemente defendido por setores da extrema-direita.

No recurso, a defesa de Michelle argumentou que os vídeos já haviam alcançado quase 2 milhões de visualizações e continuavam sendo impulsionados por algoritmos, causando danos contínuos à imagem da ex-primeira dama.

Ao analisar o recurso, o desembargador Ciarlini considerou que as falas ultrapassaram os limites da liberdade de expressão, caracterizando-se como misóginas e sexistas. “Aparentemente têm o objetivo de agredir e atingir a esfera jurídica incólume da demandante”, afirmou na decisão que acolheu o pedido de Michelle.

Passado de Michelle

Enquanto as atividades de Michelle antes do casamento com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seguem discretas, é possível constatar que Teônia não estava completamente errada ao falar dos familiares da ex-primeira-dama.

Em 2019, a Veja revelou que Dona Aparecida, avó da ex-primeira-dama, foi presa em 1997 por tráfico de drogas, quando era conhecida como “Tia”. Na ocasião, foi flagrada com 169 porções de merla (subproduto da cocaína) a apenas 3 km do Palácio do Planalto.

O histórico familiar inclui ainda a mãe de Michelle, Maria das Graças, que em 1988 (quando Michelle tinha 6 anos) foi investigada por possuir dois registros civis. Já o tio preferido da ex-primeira-dama, João Batista Firmo Ferreira, foi preso em maio de 2018 acusado de integrar milícia na Sol Nascente.