Michelle deu “chilique”, tentou tomar celular da PF e quase foi presa em ação contra Bolsonaro

Atualizado em 10 de agosto de 2025 às 11:22
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Foto: reprodução

Os últimos meses têm sido turbulentos para a família Bolsonaro. Durante duas operações da Polícia Federal (PF) na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro em Brasília, Michelle Bolsonaro chamou a atenção por reações consideradas exaltadas por testemunhas. No primeiro episódio, no mês passado, quando o ex-presidente foi obrigado a usar tornozeleira eletrônica por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Michelle tentou tomar um celular das mãos de um agente da PF e chegou a correr risco de ser presa em flagrante.

Segundo Lauro Jardim, do Globo, a cena foi descrita por presentes como um “chilique”, sendo registrada em vídeo durante a operação que cumpriu mandados de busca e apreensão. Os registros quase foram divulgados publicamente pela PF após Jair e Eduardo Bolsonaro insinuarem que um pen drive apreendido no banheiro da residência teria sido plantado por um policial federal.

Logo após a operação, Michelle recorreu às redes sociais para compartilhar um versículo bíblico em seu perfil no Instagram. Ela postou um trecho do Salmo 33: “Senhor, te amarei e te louvarei por todos os dias da minha vida. Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor”. A publicação foi interpretada como uma resposta simbólica ao momento de tensão vivido pela família.

As medidas judiciais contra Bolsonaro incluem restrições rigorosas: o ex-presidente está proibido de usar redes sociais, manter contato com embaixadores e diplomatas estrangeiros, e de se comunicar com outros investigados no caso. O ministro Moraes também expressou preocupação com a possibilidade de Bolsonaro tentar fugir do país, embora o ex-presidente negue qualquer intenção nesse sentido.

Na mesma data, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) disse em coletiva que a ação teria causado constrangimento à ex-primeira-dama, que estava de pijama quando os agentes chegaram ao local.

“Hoje eu vi a humilhação”, disse. “Se era apenas para conduzi-lo, para colocar uma tornozeleira, por que entraram na casa fortemente armados? E por que forjaram, dentro da casa dele, uma situação de tamanho constrangimento a uma mulher de pijama? Só espero que essas imagens não vazem. Estão ouvindo, Suprema Corte? Que essas imagens não vazem”.

Nova operação e prisão domiciliar

Dez dias depois da primeira ação, a PF retornou à casa dos Bolsonaro para recolher aparelhos de comunicação, como celulares, e cumprir o mandado de prisão domiciliar. A decisão foi tomada após Moraes constatar que Bolsonaro estaria burlando as restrições do STF ao usar as redes sociais indiretamente, por meio dos perfis de seus filhos.

Na decisão, Moraes destacou o “completo desrespeito” do ex-presidente às ordens da Corte e justificou a necessidade de medidas mais duras.

“As condutas de JAIR MESSIAS BOLSONARO desrespeitando, deliberadamente, às decisões proferidas por esta SUPREMA CORTE, demonstra a necessidade e adequação de medidas mais gravosas de modo a evitar a contínua reiteração delitiva do réu, mesmo com a imposição de medidas cautelares diversas da prisão”, escreveu o ministro.

Além da tornozeleira eletrônica, Bolsonaro agora está proibido de receber visitas que não sejam de parentes próximos ou advogados. Todos os aparelhos celulares disponíveis em sua residência foram recolhidos pela PF.