Militantes pagos, jogador aposentado, ex-apresentador da RedeTV… convenção do PSB em SP foi “pornochanchada eleitoral”, diz membro do diretório

Atualizado em 4 de agosto de 2018 às 17:26
Maurren Maggi e Márcio França na convenção do PSB em SP

Um amigo do DCM, membro do diretório do PSB na capital, está desolado com os rumos do partido. Me ligou para contar como foi a convenção que homologou a candidatura de Marcio França ao governo de SP neste sábado, 4.

“O chamado Palácio dos Trabalhadores (sede da Força Sindical) abrigou uma convenção que mais pareceu uma pornochanchada eleitoral”, disse.

“Ali, tudo que não pode se considerar orgânico na vida política, aconteceu”.

Com Luciano Faccioli como mestre de cerimônias, o encontro virou um programa de auditório.

“Com nítida presença de militantes pagos, a atração principal ficou por conta da campeã Olímpica Maurren Maggi, disputadíssima para selfies”, contou o militante socialista.

Sobrou até para um ídolo do futebol, dom Daryo Pereira, campeão pelo São Paulo e craque da Celeste. “Dava pena ver: envergonhado. Será que ele precisa disso?”.

Márcio França no seu conhecido modelão.

“Lealdade na política é algo que não podemos deixar de lembrar num País que tenta sair da crise”, discursou.

Gastou o latim, adaptando o lema da bandeira da cidade. “São Paulo conduz, não é conduzido”.

À boca pequena, entre os militantes a conversa é que o governador “já aceitou a monta”, para usarmos um jargão caipira, bem próprio dos paulistas interioranos. No linguajar urbano, “capitulou”.

“França sabe da sua estrutura frágil e o forte pulso empresarial de Dória”, comentou o meu colega socialista. “Com o governo engessado pelo acordo com Alckmin, e fraca estrutura do PSB de São Paulo, fica difícil competir”.

Aqui fez uma uma correlação entre França e Roberto Freire, a raposa velha que já perdeu o pelo, as unhas e os dentes.

“É moeda corrente no partido que o PSB é conduzido para não crescer em São Paulo. O foco é manter-se linha auxiliar de Alckmin como o PPS sempre foi linha auxiliar de Serra”.

O socialista vai além.

“Do lado de fora do picadeiro da Força Sindical, o que mais se ouvia era o acordo de França com Alckmin para garantir um Ministério no futuro Governo, já que toda estafe de Dória continua ocupando espaços no segundo e terceiro escalão do governo”.

De fato se levarmos a sério a descrição é mesmo desolador:

“Enquanto isso os quadros ideológicos do PSB/SP bebiam no primeiro bar da esquina”, disse o meu amigo socialista, que foi além.

“A chegada do MC Gui foi surreal. Até mesmo um dos principais assessores de França, responsável pelo conhecido programa de recapeamento de ruas e estradas do interior paulista, corria ao lado de dezenas de fãs em busca de uma imagem com o funkeiro para as redes socias”.

Perguntei o que pensam sobre isso os quadros do partido.

“A atmosfera é de cada um por si”, comentou meu amigo socialista.

“Arnaldo Jardim (ex-Agricultura), Romildo Campelo (Secretário de Cultura), João Cury (Educação), e fragmentos do PR, PSC e PPS, ninguém feliz e confiante, apesar do batuque de blocos de samba que disputam o baixo clero do carnaval paulistano”.

Gente, até isso, samba do baixo clero paulistano? É tão caro assim levar a Vai Vai?

Agora finalizando os trabalhos pra valer, vamos ao que interessa. Se meu amigo socialista estiver certo tem gente que vai se dar bem com esse início pouco promissor da candidatura de Márcio França.

“Parte do PSB orgânico já prepara migrar para a candidatura Skaf, que, aliás, diga-se de passagem, como diz o craque Neto, já passou pelo PSB e deixou lastro”.