
Mesmo após operação da Polícia Federal (PF), foi autorizado pela Força Aérea Brasileira (FAB) e pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) o funcionamento de uma pista de pouso e decolagem no Pará, que estaria sendo utilizada como meio de ”esquentar” ouro de terras indígenas.
Como revelam documentos obtidos pelo Metrópoles, o Comando da Aeronáutica (Comaer) permitiu que isso acontecesse no aeródromo privado Gana Gold Mineração, que pertence a uma empresa do mesmo nome. Em janeiro deste ano, cerca de três meses depois, a pista de pouso constava no cadastro de aeródromos, onde foi inscrita pela Anac, e apresenta uma validade de 10 anos.
O garimpo Água Branca, próximo à cidade de Itaituba (PA), é o local onde fica a pista de pouso. Em 9 de setembro do ano passado, o local foi alvo de mandados de busca e apreensão no âmbito da Operação Gold Rush da PF, um mês antes da FAB dar seu parecer.
“Investigação da Polícia Federal (PF) apontou que esse mesmo garimpo é usado para tornar legal o ouro proibido oriundo provavelmente de terras indígenas, unidades de conservação ou de garimpos clandestinos. Na prática, funcionaria como um “garimpo de fachada”, uma vez que possui licença de operação e teve uma produção bem maior que a autorizada”, apontou o portal.