Militares e bolsonaristas chamam Freire Gomes de “traidor” após depoimento de 7 horas à PF

Atualizado em 4 de março de 2024 às 10:42
Freire Gomes. Foto: reprodução

Militares suspeitos de envolvimento na tentativa de golpe de Estado, juntamente com aliados políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), dedicaram o final de semana à organização de uma estratégia para “queimar” Freire Gomes, conforme informações do Blog da Andréia Sadi, do G1.

O ex-comandante do Exército prestou um depoimento à Polícia Federal (PF), que durou cerca de 7 horas, abordando o roteiro do golpe em andamento durante o governo Bolsonaro.

Freire Gomes, atuando como testemunha, contribuiu significativamente para as investigações. A preocupação dos envolvidos no golpe reside nos possíveis detalhes fornecidos por Gomes sobre discussões referentes ao plano golpista, o papel do Ministério da Justiça e suas negativas categóricas acerca de qualquer indício de fraude nas urnas.

Para os investigadores, Freire Gomes é visto como alguém que poderia ter impedido o golpe, tornando-o um alvo para bolsonaristas e militares.

A decisão de Gomes de testemunhar resultou em mensagens e vídeos sendo compartilhados entre os militares no final de semana, nos quais ele é rotulado como “traidor”, e estratégias são delineadas para difamá-lo.

Em um dos vídeos, que circula entre os militares há dias, aliados de Bolsonaro afirmam que um “general que traiu Bolsonaro pode se complicar”, acusando Gomes de enrolar e enganar Bolsonaro com discussões sobre artigos da Constituição, enquanto aparentava não interferir.

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Bolsonaro e Freire Gomes. Foto: reprodução

A estratégia agora adotada pelos bolsonaristas irritados é atribuir a Freire Gomes a omissão por não ter desmobilizado os acampamentos golpistas. Esta se tornou a principal tática dos aliados do ex-mandatário para desacreditar Gomes.

Para a PF, o depoimento de Gomes foi esclarecedor, especialmente em relação a seus superiores e ao papel do Ministério da Justiça na época. Agora, a corporação aguarda a oportunidade de concluir a investigação sobre o roteiro do golpe, utilizando as informações obtidas no depoimento de Freire Gomes, e cruzando com os dados de Mauro Cid.

Cid será convocado para prestar depoimento novamente, com o objetivo de confirmar as informações levantadas pela PF sobre as minutas do golpe encontradas na investigação. Vale destacar que qualquer mentira ou omissão por parte de Cid pode resultar na perda de benefícios de sua delação premiada.

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