Mesmo após queda de Milton Ribeiro, suspeitas de corrupção no MEC seguem investigadas

Técnicos do TCU e da CGU devem se debruçar sobre possíveis falhas administrativas na liberação de verbas para beneficiar as prefeituras

Atualizado em 3 de abril de 2022 às 7:20
Presidente Jair Bolsonaro (PL) participa de evento no MEC, em fevereiro de 2021, com ministro Milton Ribeiro e, ao lado dele, os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura
Presidente Jair Bolsonaro (PL) participa de evento no MEC, em fevereiro de 2021, com ministro Milton Ribeiro e, ao lado dele, os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura – Reprodução

Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, o pedido de demissão de Milton Ribeiro na última segunda-feira (28) não elimina os obstáculos que o agora ex-ministro e o governo Bolsonaro terão de ultrapassar para superar o escândalo sobre as suspeitas envolvendo o balcão de negócios instalado no Ministério da Educação.

Ribeiro apresentou seu pedido para deixar o governo uma semana após a circulação do áudio de uma reunião em que ele afirma priorizar prefeituras cujos pedidos de liberação de verba foram negociados por dois pastores.

Embora tenha solucionado o problema político para o governo Bolsonaro, pelo menos momentaneamente, a demissão não tem o condão de encerrar as investigações abertas pelo Tribunal de Contas da União, pela Controladoria-Geral da União e pela Polícia Federal para apurar as suspeitas de pagamento de propina para liberação de verbas do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação).

Técnicos do TCU e da CGU devem se debruçar sobre possíveis falhas administrativas na liberação de verbas para beneficiar as prefeituras. Dados oficiais da pasta mostram uma explosão de aprovações de obras, ausência de critérios técnicos, burla no sistema e priorização de pagamentos a aliados no FNDE.

Todas essas informações sobre as liberações de verbas devem ser mapeadas pelo TCU e CGU em busca de fragilidades que possam indicar atos de improbidade pelos gestores do MEC durante o governo Bolsonaro. Nesse cenário, não só Ribeiro, mas os aliados de Jair Bolsonaro instalados no Centrão, e cujas cidades apadrinhadas foram beneficiadas com recursos do FNDE, podem entrar na mira.

O atual presidente do FNDE é Marcelo Lopes da Ponte, ex-chefe de gabinete do ministro Ciro Nogueira (Casa Civil).

Como ocorre as investigações pasta que envolvia Milton Ribeiro

Milton Ribeiro
Milton Ribeiro. Foto: Wikimedia Commons

Na esfera criminal, por sua vez, a Polícia Federal mira crimes como corrupção, por exemplo, supostamente praticados para favorecer os indicados dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura.

A PF abriu dois inquéritos. O primeiro deles foi na Superintendência da PF no Distrito Federal e irá apurar as suspeitas apontadas em um relatório da Controladoria-Geral da União sobre distribuições de verbas do FNDE.

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