Ministério da Saúde incentiva práticas de violência obstétrica

Atualizado em 12 de maio de 2022 às 13:10
Ministério incentiva violência obstetrica
violência obstetrica
Foto: Reprodução

Em anúncio nessa última semana, na sexta edição do Caderno da Gestante, o secretário de Atenção à Saúde Primária do Ministério da Saúde, Raphael Câmara, trouxe informações que fazem fomento a práticas que constam como violência obstétrica.

Na caderneta há o incentivo da prática de episiotomia, que é o corte feito na vagina durante o parto, que não tem nenhuma evidência científica de funcionamento e nem apoio da Organização Mundial da Saúde, desde 2018.

Além disso, o secretário também destacou a manobra de Kristeller, que consiste em empurrar com as mãos, cotovelos e até mesmo subir na barriga da gestante em trabalho de parto para empurrar o bebe.

“Vamos parar de usar termos que não levam a nada, como violência obstétrica, que só provoca desagregação, coloca a culpa no profissional único, o que não tem o menor sentido”, declarou Câmara

Desde 2019, no Brasil, profissionais de saúde são proibidos de realizar a manobra de Kristeller por falta de evidências científicas e pelo alto risco para a saúde do bebê e da gestante. Em documento de 2017 do Ministério da Saúde afirmou que a manobra de Kristeller não deve ser realizada.

Em declaração nesta última quarta-feira (11), a senadora a senadora Zenaide Maia (Pros-RN) criticou o conteúdo da caderneta.

“O que é que vai acontecer com isso? As mães gestantes, principalmente as mães do primeiro filho, elas já têm um certo medo do parto normal, por causa da dor, que é normal. Agora, saber que existe uma caderneta que autoriza que o médico, diante da sua autonomia, ele pode determinar aqueles empurrões para forçar o nascimento das crianças… Não é possível que a gente vai ficar calada diante de uma absurdo desses. Quer dizer que esse é o presente do Dia das Mães para nossas mulheres?”, afirmou.

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