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Ministro da Defesa convoca reunião com militares após Cid delatar trama golpista

O ministro da Defesa, José Múcio, entre militares. Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Nesta quinta-feira (21), o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, convocou uma reunião com os comandantes militares para discutir alegações de supostas reuniões golpistas que teriam ocorrido durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), segundo Miriam Leitão, jornalista do GloboNews.

As alegações se baseiam nos relatos do ex-ajudante de ordens do ex-presidente, o tenente-coronel Mauro Cid, que afirmou à Polícia Federal ter presenciado reuniões em que Bolsonaro e militares discutiram planos relacionados a um golpe militar. Segundo Cid, nessas reuniões, o então presidente teria mencionado uma “minuta de golpe” que envolvia afastamento de autoridades e outras ilegalidades.

Múcio afirmou que soube das alegações pela imprensa e que não possui informações detalhadas sobre essas supostas reuniões, uma vez que estão sendo investigadas pela Polícia Federal. O ministro espera esclarecer os fatos e avaliar as possíveis repercussões dessas alegações.

Além dos militares, a investigação também apontou a presença de integrantes do chamado “gabinete do ódio” nas reuniões em questão. Na delação, o bolsonarista também descreveu como a minuta golpista chegou até Bolsonaro após a derrota nas eleições, assim como os desdobramentos da ação. As informações foram divulgadas pelo colunista Aguirre Talento, do UOL.

Bolsonaro e Mauro Cid no túnel da Papuda. Foto: reprodução

Cid relatou que Bolsonaro discutiu o conteúdo desse documento com militares de alta patente. Segundo o depoimento do ex-ajudante de ordens, o então comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, manifestou apoio ao plano golpista em conversas internas, embora o Alto Comando das Forças Armadas não tenha aderido a essa proposta.

Filipe Martins, assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, teria levado um advogado constitucionalista e um padre para uma reunião com Bolsonaro no final do ano passado, na qual apresentaram a minuta do decreto golpista.

O documento propunha a convocação de novas eleições e autorizava o governo a prender adversários políticos. Bolsonaro recebeu o documento, mas não manifestou sua opinião sobre o plano golpista, conforme a delação. A PF investiga se essa minuta é a mesma encontrada na residência do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres.

Além de discutir os planos golpistas, Cid compartilhou informações sobre outras questões, incluindo esquemas de venda de joias, fraudes em certificados de vacinação e suspeitas de desvio de recursos públicos do Palácio do Planalto.

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Augusto de Sousa

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