Ministro de Lula é expulso do União Brasil após se negar a pedir demissão

Atualizado em 8 de dezembro de 2025 às 17:19
O ministro do Turismo, Celso Sabino. Foto: Divulgação

Nesta segunda-feira (8), o União Brasil decidiu expulsar o ministro do Turismo, Celso Sabino, após uma votação secreta da executiva nacional do partido. Com 24 votos a favor da expulsão, a medida foi tomada devido à “infidelidade partidária” dele, que desrespeitou uma ordem da cúpula ao permanecer no cargo de ministro, contrariando as orientações do partido.

O ministro participou remotamente da reunião e, em uma rede social, declarou ter “ficha limpa” e afirmou que foi expulso por manter sua postura diante do que considera o “melhor projeto para o Brasil”. A relação entre ele e o partido se deteriorou desde que a legenda decidiu que seus filiados precisavam deixar cargos na gestão do presidente Lula até 19 de setembro.

O não cumprimento da orientação foi classificado como uma infração disciplinar. O parlamentar, inicialmente, anunciou sua saída do ministério e entregou uma carta de demissão a Lula, mas posteriormente decidiu continuar no cargo, renegociando sua permanência no ministério e no partido.

Em outubro, Sabino, que é deputado federal licenciado pelo Pará, foi afastado de cargos e decisões importantes dentro do União Brasil e destituído do comando do diretório paraense.

Sua decisão de continuar no Ministério do Turismo, especialmente com a realização da COP30 em Belém (PA), visava uma estratégia eleitoral para 2026, quando ele pretende disputar uma vaga no Senado. O ministro acredita que o apoio de Lula e a visibilidade gerada pela conferência podem fortalecer sua candidatura.

O presidente Lula ao lado do ministro do Turismo, Celso Sabino. Foto: Divulgação

No entanto, sua trajetória no União Brasil foi marcada por desentendimentos internos. Aliados do ministro apontam que a decisão de permanecer no governo e no ministério teve uma forte influência no cálculo eleitoral para 2026.

Ele enfrenta dificuldades para viabilizar sua candidatura no Pará, especialmente devido à aliança do governador Helder Barbalho (MDB) com o presidente da Assembleia Legislativa, Chicão (MDB), que também planejam se lançar ao Senado.

Sabino, filiado ao União Brasil desde 2021, já ocupou posições de destaque no partido, como presidente do diretório estadual do Pará e membro da executiva nacional. Ele foi eleito deputado federal em 2022, mas se afastou para assumir o ministério.

A jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indica que, por ter sido expulso do partido, ele não perderá o mandato parlamentar e poderá se filiar a outra legenda. O ministro afirmou recentemente que tomará uma decisão sobre sua filiação partidária após resolver a situação interna no União Brasil.

Apesar da turbulência política, o ele deixou claro que seguirá no comando do Ministério do Turismo até abril do próximo ano, quando os detentores de cargos públicos devem se desincompatibilizar para disputar as eleições de 2026.

Guilherme Arandas
Guilherme Arandas, 27 anos, atua como redator no DCM desde 2023. É bacharel em Jornalismo e está cursando pós-graduação em Jornalismo Contemporâneo e Digital. Grande entusiasta de cultura pop, tem uma gata chamada Lilly e frequentemente está estressado pelo Corinthians.