
O ministro do Turismo, Celso Sabino, comunicou nesta sexta-feira (19) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que vai pedir demissão do cargo. A decisão ocorre após o União Brasil determinar que seus filiados entreguem, em até 24 horas, os postos que ocupam no governo federal.
Mais cedo, Sabino esteve no Palácio da Alvorada para conversar com Lula. Ele explicou que pretende permanecer no cargo apenas até a volta do presidente de Nova York, onde o petista participará da Assembleia Geral da ONU. Na volta da viagem, prevista para quinta-feira (25), Sabino deve entregar a carta de demissão.
Deputado federal eleito pelo Pará, Sabino retornará à Câmara após dois anos à frente do Ministério do Turismo. Ele manifestava interesse em continuar no posto pelo menos até a realização da COP30, em novembro, em Belém, mas a decisão partidária acelerou sua saída.

O União Brasil aprovou uma resolução exigindo a saída imediata dos filiados que ocupam cargos no governo Lula, sob risco de punições disciplinares, incluindo expulsão. A medida foi tomada após reportagens associarem o presidente nacional da sigla, Antônio de Rueda, ao Primeiro Comando da Capital (PCC), relação que ele nega.
Além de Sabino, o União Brasil indicou Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional) e Frederico Siqueira (Comunicações). Ambos, no entanto, não são filiados e foram nomeados por articulação pessoal do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
Sabino tentou negociar nas últimas semanas para adiar a decisão, mas não conseguiu contornar a pressão do partido, que formalizou o desembarque da base governista.