Ministro do Turismo decide ficar no governo Lula e bolsonarista surta: “Imoralidade”

Atualizado em 8 de outubro de 2025 às 13:27
Lula e Celso Sabino, ministro do Turismo. Foto: Ricardo Stuckert

O ministro do Turismo, Celso Sabino (União Brasil), confirmou nesta quarta-feira (8) que permanecerá no governo Lula (PT), mesmo diante de imposição de sua própria sigla, que determinou sua saída. A decisão foi anunciada ao chegar à reunião da executiva nacional do partido, que discute eventuais punições a filiados que ocupam cargos na gestão petista. Em resposta, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, classificou a atitude do colega de partido como “uma imoralidade ímpar”, chamando-o de “soldado do Lula”.

Sabino destacou seu envolvimento direto com a COP30, que será realizada no Pará, e afirmou que não poderia abandonar a pasta às vésperas do evento diplomático.

“Estamos a 30 dias da COP30, maior reunião diplomática do mundo. Não é oportuno que haja uma interrupção no trabalho. Vou permanecer pelo bem do povo do Pará, pela COP30”, afirmou o ministro à imprensa. Ele reforçou ainda que entende o atual governo como o “melhor projeto para o país” e planeja concorrer nas eleições de 2026, quando deverá deixar o ministério e retornar ao Legislativo, em cumprimento à regra de desincompatibilização.

O posicionamento de Sabino provocou críticas de lideranças do partido, como Caiado, pré-candidato à Presidência. “Se ele quiser ficar no governo mesmo, é uma imoralidade ímpar. Soldado do Lula e soldado do União Brasil? Como é isso? É uma condição que não pode ser admitida”, declarou.

“Ou é carne, ou é peixe, não dá para ser as duas coisas!”, disse Caiado em conversa com jornalistas. O governador ainda afirmou estar perplexo com a decisão de permanecer em um governo que considera oposição frontal às diretrizes do União Brasil.

Ronaldo Caiado, governador de Goiás. Foto: reprodução

Na reunião desta quarta, a cúpula da sigla discute três pontos principais: intervenção no diretório estadual do Pará, afastamento de Sabino das atividades partidárias e abertura de processo de expulsão com envio ao Conselho de Ética para análise em 60 dias.

A situação do ministro se soma a decisões recentes de outros partidos aliados, como o PP, que afastou o ministro do Esporte, André Fufuca, de funções partidárias por resistência em deixar o governo Lula. Segundo o presidente nacional do PP, Ciro Nogueira, o partido “não faz e não fará parte do atual governo, com o qual não nutre qualquer identificação ideológica ou programática”.

Augusto de Sousa
Augusto de Sousa, 31 anos. É formado em jornalismo e atua como repórter do DCM desde de 2023. Andreense, apaixonado por futebol, frequentador assíduo de estádios e tem sempre um trocadilho de qualidade duvidosa na ponta da língua.