
Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) também foram monitorados ilegalmente pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
Segundo informações passadas à TV Globo por investigadores ligados ao caso, o esquema incluiu um uso “sistemático” da ferramenta durante o período das eleições municipais em 2020, além de um “cerco ao STF”.
Além dos ministros, o sistema de espionagem teve como alvos 2,2 mil jornalistas, advogados, políticos e pessoas consideradas adversários do ex-presidente.
Dois servidores da Abin foram presos e cinco foram afastados durante a Operação Última Milha, deflagrada nesta sexta-feira (20) pela Polícia Federal (PF). Segundo as investigações, o grupo usava um sistema de geolocalização para monitorar localização e ligações telefônicas. O programa usado era o FirstMile.
A espionagem também teria sido realizada em celulares de quem frequentava a Suprema Corte. Ainda não há informações de quais ministros teriam sido monitorados irregularmente.
A ferramenta usada pelos servidores da Abin permitia o monitoramento de até 10 mil celulares a cada 12 meses, bastava digitar o número da pessoa. Os agentes da PF identificaram mais de 30 mil usos ilegais do software.
Em nota, a agência disse que o software de espionagem deixou de ser utilizado em maio de 2021. Além disso, a Abin destacou que desde fevereiro deste ano há uma investigação interna sobre irregularidades no uso do programa.