Ministros do STF se irritam com repercussão de encontro com banqueiros; entenda

Atualizado em 12 de agosto de 2025 às 14:32
Sessão plenária do Supremo Tribunal Federal. Foto: Felipe Sampaio/STF

Alguns ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) expressaram irritação após o almoço realizado com banqueiros na semana passada, para discutir a crise gerada pela aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes. A principal preocupação dos magistrados é que versões vazadas do encontro os colocaram em uma posição vulnerável, como se tivessem pedido ajuda ao setor.

Segundo a coluna de Bela Megale no jornal O Globo, ministros do STF dizem que o convite para o almoço, realizado na casa do ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia, partiu de representantes do próprio setor financeiro.

Maia, que também preside a Confederação Nacional das Instituições Financeiras (FIN), reuniu os ministros Moraes, Gilmar Mendes e Cristiano Zanin para discutir os impactos da Lei Magnitsky, que impôs sanções ao relator do processo da trama golpista, que mira o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Durante o encontro, os banqueiros presentes abordaram o impacto da lei, interpretando que as operações financeiras feitas em real estariam liberadas e que as contas de Moraes poderiam ser mantidas, embora o cenário permanecesse incerto. A conversa se concentrou nos efeitos imediatos e nas implicações da medida imposta pelos Estados Unidos.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Foto: Reprodução

A reunião gerou desconforto dentro do STF, especialmente com a repercussão de que os ministros poderiam ter solicitado apoio financeiro ou orientação sobre como lidar com as sanções. Para os magistrados, isso não condizia com a postura de independência do Poder Judiciário.

Na quarta (13), o deputado Eduardo Bolsonaro discutirá com membros do governo de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, sanções contra outros ministros. O parlamentar licenciado sugeriu que a esposa de Moraes, Viviane Barci, também pode ser alvo das sanções.

O filho do ex-presidente ainda tem buscado apoio da extrema-direita na Europa para aplicar medidas similares a Moraes e outras autoridades brasileiras no continente.