Minuta de Torres deve ser 1º prova de golpe por Bolsonaro, avalia equipe de Lula e PF

Atualizado em 13 de janeiro de 2023 às 12:33
O ex-ministro e ex-secretário Anderson Torres (União) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)
Foto: Reprodução

A minuta encontrada na residência do ex-ministro da Justiça e ex-secretário Anderson Torres (União), promovendo um decreto para que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) instaurasse o Estado de Defesa no país e mudasse o resultado das eleições, é a primeira prova de Bolsonaro cogitou viabilizar um golpe e isso complicou a situação do ex-presidente, que fugiu para Flórida, nos Estados Unidos.

O documento foi encontrado no armário do ex-ministro durante busca e apreensão no final da tarde desta terça-feira (10). A avaliação foi feita pela equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e por investigadores da Polícia Federal (PF). As investigações sobre a minuta continuam.

De acordo com os investigadores, o documento apreendido deve complicar a vida do ex-ministro da Justiça e também a do ex-presidente. Os policiais informaram que os dois, nas investigações, terão de explicar o real objetivo do decreto. O ex-presidente ainda não se posicionou sobre.

Segundo Torres, o decreto foi apenas uma proposta descartada, que deveria ter sido triturada. Ainda assim, os investigadores destacam que ele precisa confirmar quem era o pai dessa ideia.

Com a divulgação da existência da minuta golpista, em posse de aliados do ex-presidente, a cúpula do Palácio do Planalto formou a convicção de que surgiu a primeira prova de que Bolsonaro não estava apenas fazendo ameaças, mas planejava de fato investir com golpe no Brasil.

“É um elo da corrente golpista”, classificou o novo ministro da Justiça e Segurança Pública, o ex-governador Flavio Dino (PT). “É gravíssimo e é a materialidade que mostra o real objetivo dos eventos do dia 8 de janeiro”, disse o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias.

Por ora, Torres, que segue nos Estados Unidos, é alvo de uma ordem de prisão expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). E o ex-presidente, segundo aliados de seu partido, deve se tornar inelegível e, até mesmo, corre o risco de ser preso. 

Apesar do ex-secretário rejeitar as acusações em suas redes sociais, de que era intenção do governo baixar o decreto, as declarações de Bolsonaro no ano passado mostram que esse era um objetivo legítimo, nas quais o ex-capitão negava a vitória de Lula e a colocava em dúvida.

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