Míriam Leitão: “Governo Bolsonaro criou ambiente favorável ao crime na Amazônia”

Atualizado em 7 de junho de 2022 às 11:40
Leia o depoimento de Míriam Leitão sobre a tortura alvo de deboche de Eduardo Bolsonaro. Ela aparece utilizando um vestido cinza enquanto fala em um programa da GloboNews,
Míriam Leitão. Foto: Reprodução / GloboNews

Em artigo publicado no jornal O Globo, Míriam Leitão falou sobre o desaparecimento do jornalista inglês Dom Philllips e do indigenista Bruno Pereira no Vale do Javari, na Amazônia. De acordo com a jornalista, o presidente Jair Bolsonaro (PL) “abriu mão da sua função de governar” e contribui para o clima de “muita tensão” que se instalou na região.

Ela ainda toca na ferida dos empresários, que estão mais angustiados com as propostas do ex-presidente Lula (PT) do que com o caso, que ganhou repercussão internacional. “No mundo encantado da Faria Lima, o que os preocupa é que no esboço do programa do PT, divulgado ontem, foi proposto o fim do teto de gastos”, escreve.

Míriam lembra as declarações de Bolsonaro incentivando a ocupação de terras indígenas e o garimpo ilegal. “O governo Bolsonaro criou esse ambiente favorável ao crime na Amazônia. O próprio presidente fez inúmeras declarações entendidas como estímulo à ocupação de terras indígenas e à atividade do garimpo ilegal, pesca ilegal, invasão de unidades de conservação”, afirma ela.

“Isso sem falar nas leis que propõe, ou que sua base tem aprovado no Congresso. Nos 50 anos da reunião de Estocolmo, nos 30 anos da cúpula da Terra do Rio, o governo Bolsonaro coloca a Amazônia sob extremo risco”, acrescenta.

Apesar de ressaltar “a importância de haver balizas fiscais, sem as quais um país como o Brasil pode enfrentar riscos monetários e cambiais”, a jornalista aponta que “um ambiente de criminalidade ameaçando a maior floresta tropical do planeta e pondo em risco de vida os povos indígenas, e os que os defendem, além de ser trágico para o país, tem a capacidade de espantar o investidor muito mais do que qualquer ponto da política macroeconômica”.