Missionários espalham fake news sobre a vacina a indígenas

Atualizado em 26 de junho de 2021 às 9:57
Indígenas do Parque das Tribos, em Manaus, choram a morte do cacique Messias, da tribo Kokama Foto: MICHAEL DANTAS/AFP

Segundo requerimento enviado à CPI da Covid, missionários evangélicos têm espalhado fake news sobre a vacina em aldeias indígenas na região Norte do Brasil.

Eles afirmam que a vacina vem contaminada da China em um plano “diabólico”: usar o imunizante para marcá-los com o 666, o número da Besta.

Até agora, 54.438 dos 1,3 milhão de indígenas foram infectados com a covid no país e 1.072 morreram, segundo o Comitê Nacional da Vida e Memória Indígena.

Os missionários dizem “que o imunizante os transformaria em animais, homossexuais ou os mataria” e que “neles seria implantado um chip que carregaria a ‘marca da Besta'”, segundo o documento.

A desinformação tem sido espalhada no entorno de Santo Antônio do Içá, no Alto Solimões, no Amazonas, para o povo kokama.

Milena Kokama, vice-presidente da Federação Indígena do Povo Kokama, confirma as informações do documento.

Segundo ela, a estratégia vem sendo usada “em todo o estado do Amazonas”.

“Eles primeiro se aproximam da liderança da aldeia, se fingem de amigos e daqui a pouco casam com a filha da liderança: pronto, eles entram na aldeia e já constroem uma igreja”.

Com informações do UOL.