
Catherine Connolly, parlamentar veterana da esquerda irlandesa, foi eleita presidente da Irlanda neste sábado (25), com 63,4% dos votos. A vitória expressiva consolidou seu nome como uma das figuras mais representativas do campo progressista no país. O cargo tem caráter cerimonial, mas o resultado foi interpretado como um sinal de desgaste da coalizão de centro-direita no governo.
Connolly, de 68 anos, é conhecida por suas posições críticas à União Europeia e pela defesa de maior soberania nacional em temas econômicos. Mesmo em um país majoritariamente pró-UE, ela conseguiu mobilizar eleitores jovens e parte da classe trabalhadora.
Durante a campanha, a candidata destacou temas sociais e ambientais, prometendo dar voz às populações menos representadas. Sua adversária, Heather Humphreys, ex-ministra do gabinete, obteve 29,5% dos votos.
Connolly foi apoiada por partidos e movimentos de esquerda que formaram uma frente ampla de oposição. A vitória reforça a presença de lideranças femininas no cenário político europeu e amplia o espaço da esquerda em governos e instituições simbólicas.

No discurso após o resultado, Connolly afirmou que pretende “ser uma presidente que ouve, que reflete e que fala quando necessário”. O pronunciamento foi feito no Castelo de Dublin, tradicional sede da contagem e anúncio oficial dos resultados eleitorais.
Ela agradeceu aos eleitores e destacou o papel da juventude na campanha, afirmando que “juntos, podemos moldar uma nova República que valorize a todos”. A frase foi recebida com aplausos por apoiadores e representantes de movimentos progressistas.
A eleição ocorre em um momento de tensão política interna, com críticas à política de austeridade e à gestão migratória. A participação popular superou 60%, uma das maiores dos últimos anos em eleições presidenciais na Irlanda.
Connolly assume o posto com mandato de sete anos e deve priorizar pautas de inclusão, direitos civis e fortalecimento das instituições democráticas. A cerimônia de posse está prevista para novembro, em Dublin.