Monitoramento de Bolsonaro é “perseguição política”, choraminga Jair Renan

Atualizado em 27 de agosto de 2025 às 12:25
Jair Renan Bolsonaro e seu pai, Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução

O vereador Jair Renan Bolsonaro, o filho “04” do ex-presidente Jair Bolsonaro, criticou nas redes sociais a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou o monitoramento em tempo integral do pai.

A medida, atendendo a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), prevê que a Polícia Penal do Distrito Federal mantenha equipes de prontidão no entorno da residência do ex-presidente.

Em publicação nas redes sociais nesta terça-feira (26), Jair Renan disse que o pai, “todo remendado”, está sendo tratado como um criminoso perigoso.

“Que absurdo! Um senhor de 70 anos, cheio de problemas de saúde, todo remendado, sendo tratado como se fosse um criminoso de alta periculosidade. Nem os chefes do tráfico recebem um monitoramento 24 horas como esse. Isso não é justiça, é perseguição política, e está acontecendo diante dos nossos olhos com Jair Bolsonaro”, escreveu no X.

Moraes cita risco de fuga

Na decisão, Moraes afirmou que há um “renovado risco de fuga” por parte de Bolsonaro e determinou o “destacamento de equipes para monitoramento em tempo real do endereço residencial do réu”.

O ministro citou como evidência a carta de pedido de asilo ao presidente da Argentina, Javier Milei, encontrada no celular do ex-presidente. O arquivo, segundo a PF, foi modificado em fevereiro de 2024, dias após Bolsonaro ser alvo de operação e obrigado a entregar o passaporte.

“Ressalte-se, ainda, que os elementos de prova obtidos pela Polícia Federal indicam que Jair Messias Bolsonaro tinha posse de documento destinado a possibilitar sua evasão do território nacional, após a imposição de medidas cautelares”, destacou Moraes.

Embora Moraes e a PGR tenham defendido uma vigilância discreta, a Polícia Federal sugeriu uma ação mais rígida: monitoramento dentro da residência. O diretor-geral da PF, Andrei Passos Rodrigues, argumentou que a tornozeleira eletrônica pode apresentar falhas e dificultar uma resposta rápida em caso de fuga.

Rodrigues também avaliou que a fiscalização externa exigiria “grande efetivo” e o controle minucioso de veículos que entram e saem do condomínio, “o que poderia gerar um grande desconforto, em contrassenso ao que propõe a PGR”.

A decisão ocorre às vésperas do julgamento de Jair Bolsonaro no STF, marcado para 2 de setembro, no qual o ex-capitão é acusado de articular a trama golpista para impedir a posse do presidente Lula (PT) e de seu vice, Geraldo Alckmin.