Moradores da Vila Sônia, em São Paulo, realizaram um protesto neste sábado, 13, contra as obras do metrô que prometem causar um impacto ambiental desastroso para a cidade. A proposta de construção do acesso secundário da Estação Chácara do Jockey, da Linha 4-Amarela, tem preocupado não apenas ambientalistas e autoridades locais, mas também chama atenção em um momento crítico para o Brasil, que enfrenta tragédias climáticas cada vez mais intensas.
Com enchentes devastadoras e secas extremas afetando diversas regiões do país, especialistas alertam que o desequilíbrio ambiental está diretamente ligado à má gestão urbana e ao desmatamento desenfreado. No caso da Vila Sônia, o impacto da obra vai além da desapropriação de 670 metros quadrados; as 129 árvores que serão removidas, segundo o relatório ambiental preliminar, agravam a crise ambiental.
O Movimento Parque Chácara do Jockey, junto com outros grupos, como a Rede Butantã e a SAVS-Sociedade Amigos de Vila Sônia, já se mobilizou, iniciando um abaixo-assinado para tentar barrar as obras.
Outro ponto preocupante é a impermeabilização do solo, que intensifica os efeitos das chuvas torrenciais, agravando enchentes e deslizamentos, eventos que têm se tornado cada vez mais frequentes no Brasil. A região está localizada em um trecho de tráfego intenso, com ruas estreitas que não suportam o fluxo projetado, um problema que parece não ter sido adequadamente considerado no planejamento.
O Parque Chácara do Jockey, criado em 2014, ocupa cerca de 143 mil metros quadrados, o equivalente a 20 campos de futebol, e abriga 33 espécies de fauna, incluindo aves e borboletas típicas da Mata Atlântica. Entre essas, destacam-se o arredio-pálido e o periquito-rico, espécies endêmicas, além do gavião-asa-de-telha, um rapinante ameaçado de extinção.
Em termos de flora, o parque conta com uma rica diversidade de espécies vegetais, incluindo a canela-amarela (Nectandra barbellata), que está em risco de extinção.
A destruição dessa biodiversidade local, somada à atual crise climática nacional, coloca em evidência a importância de repensar projetos urbanísticos que desconsideram o impacto ambiental. O Brasil vive uma realidade alarmante, com desastres naturais que ceifam vidas e destroem comunidades.
Nesse contexto, projetos como o da Estação Chácara do Jockey precisam ser reavaliados, levando em conta não só a mobilidade urbana, mas também a preservação do meio ambiente e a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas que já estão afetando o país.
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