Moraes acusa Eduardo de tentar “interferir e embaraçar” ação contra Bolsonaro

Atualizado em 9 de julho de 2025 às 14:00
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Foto: Reprodução

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, afirmou que o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) continua tomando medidas para “interferir e embaraçar” o andamento da ação penal que tem como réu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A declaração foi feita em despacho tornado público nesta quarta-feira (9).

A manifestação de Moraes se refere a uma postagem feita no perfil de Eduardo no X, em 29 de junho, durante a manifestação bolsonarista na Avenida Paulista, em São Paulo. Na publicação, o “Bananinha” divulgou um vídeo do deputado Gustavo Gayer (PL-GO), em inglês, com críticas às investigações e um recado “para todos lá fora que estão nos escutando”.

Para Moraes, a postagem reforça que o parlamentar “permanece praticando condutas com o objetivo de interferir e embaraçar o regular andamento da AP 2.668/DF, que já se encontra em fase de apresentação de alegações finais pelas partes”.

O magistrado determinou que o vídeo seja incluído no inquérito que investiga o filho “03” de Bolsonaro por crimes de coação, obstrução de investigação de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Moraes também solicitou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste sobre o caso.

Moraes estende investigação contra o “bananinha”

Moraes também prorrogou por mais 60 dias a investigação conduzida pela Polícia Federal (PF) contra Eduardo Bolsonaro. A decisão, publicada na última segunda-feira (7), foi motivada pela necessidade de continuidade das diligências pendentes.

A prorrogação foi solicitada pela PF na quinta-feira (3), que argumentou a necessidade de mais tempo para aprofundar as investigações. O inquérito foi instaurado em 26 de maio, a pedido da PGR, que apontou que Eduardo estaria fazendo declarações públicas e postagens nas redes sociais com o objetivo de pressionar autoridades internacionais contra ministros do Supremo.

De acordo com o Ministério Público, Eduardo buscava a imposição de sanções por parte do governo Trump contra autoridades brasileiras, incluindo integrantes do STF. As declarações do deputado licenciado foram incluídas no processo como parte da tentativa de interferência externa no funcionamento da Justiça brasileira.