Moraes alinhou com Exército os procedimentos para prender generais

Atualizado em 25 de novembro de 2025 às 19:53
Os generais Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministros de Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução

A prisão dos generais Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, condenados por tentativa de golpe de Estado, foi definida em tratativas entre a cúpula do Exército, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e a Polícia Federal na semana passada. O alinhamento buscou organizar a operação e evitar exposição pública dos militares durante o cumprimento da ordem judicial. Com informações da CNN.

Os dois ex-ministros do governo Jair Bolsonaro foram abordados em casa, em Brasília, por militares. A condução foi acompanhada por generais de quatro estrelas. A operação ficou sob responsabilidade do chefe do Estado-Maior do Exército, general Francisco Humberto Montenegro Júnior, e do chefe do Departamento Geral de Pessoal, general Luiz Fernando Estorilho Baganha, que conduziram a custódia.

Fachada do Comando Militar do Planalto, onde Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira ficarão detidos. Reprodução

O corpo de delito não foi realizado no Instituto Médico Legal. Heleno, de 78 anos, e Paulo Sérgio, de 70 anos, passaram pelo exame no próprio Comando Militar do Planalto, acompanhados por policiais federais. Ambos permanecerão detidos em sala de Estado-Maior, estrutura com cama, frigobar, escrivaninha e acesso à TV aberta.

As condenações foram definidas pela Primeira Turma do STF em setembro deste ano. Heleno recebeu pena de 21 anos em regime inicial fechado e 84 dias-multa. Paulo Sérgio foi condenado a 19 anos de prisão e aos mesmos 84 dias-multa. O processo transitou em julgado nesta terça-feira (25), quando começou a execução das penas.

Outro general condenado no núcleo central da trama, Walter Braga Netto, permanece na sala de Estado-Maior da 1ª Divisão de Exército do Rio de Janeiro. Ele está em prisão preventiva desde dezembro de 2024 e foi condenado a 26 anos de reclusão por participação na articulação golpista.

Os condenados devem passar por audiência de custódia nesta quarta-feira (26). O grupo integra o chamado núcleo crucial do plano de golpe, que também inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos e três meses de prisão pelo STF.