Moraes aponta Bolsonaro como líder de organização criminosa: “Não há dúvidas que tentou golpe”

Atualizado em 9 de setembro de 2025 às 11:43
Um juiz com cabeça calva e expressão séria está sentado em uma cadeira, segurando um microfone. Ele usa um terno escuro e uma gravata rosa, com uma camisa clara. O fundo é escuro e há um detalhe em vermelho na cadeira.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Foto: Reprodução

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta terça-feira (9) que Jair Bolsonaro (PL) atuou como líder de uma organização criminosa responsável pela tentativa de golpe após as eleições de 2022.

A declaração foi feita no início do voto de Moraes no julgamento do núcleo central da trama golpista, que reúne o ex-presidente e outros sete réus e deve se estender até sexta-feira (12).

Durante a sessão, Moraes exibiu slides em que o nome de Bolsonaro aparece ao lado dos demais acusados, destacado como chefe da estrutura golpista. Segundo o relator, o grupo utilizou órgãos públicos para monitorar adversários políticos e executar uma estratégia para desacreditar a Justiça Eleitoral, o resultado das eleições e a própria democracia.

Apresentação de slides feita pelo ministro Alexandre de Mores. — Foto: Reprodução/TV Justiça
Apresentação de slides feita pelo ministro Alexandre de Mores. Foto: Reprodução

“Não há nenhuma dúvida, em todas essas condenações e mais de 500 acordos de não persecução penal, de que houve tentativa de abolição ao Estado Democrático de Direito, de que houve tentativa de golpe, de que houve organização criminosa”, afirmou Moraes.

O ministro destacou que os atos executórios começaram ainda em 2021, com ataques às urnas eletrônicas, como a live de julho daquele ano e a entrevista de 3 de agosto, na qual Bolsonaro exibiu supostos laudos sobre fraude na votação eletrônica. Para Moraes, esses episódios foram “atos executórios e já públicos, com graves ameaças à Justiça Eleitoral”.

O magistrado também citou a criação de um gabinete de crise em 2023, após o que chamou de “consumação do golpe de Estado”.

“O réu Jair Messias Bolsonaro deu sequência a essa estratégia golpista estruturada pela organização criminosa, sob a sua liderança, para já colocar em dúvida o resultado das futuras eleições, sempre com a finalidade de obstruir o funcionamento da Justiça Eleitoral, atentar contra o Poder Judiciário e garantir a manutenção do seu grupo político no poder, independentemente dos resultados das eleições vindouras”, argumentou.

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