O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, autorizou o ex-presidente Jair Bolsonaro a conceder sua primeira entrevista desde que foi preso. A decisão foi tomada nesta quinta-feira (18) e também atendeu outros pedidos apresentados pela defesa do ex-chefe do Executivo.
O veículo escolhido para a entrevista foi o portal Metrópoles. A conversa exclusiva está marcada para o dia 23 de dezembro e será realizada na carceragem da Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, onde o capitão de direita cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão pela condenação no processo da trama golpista.
A última entrevista concedida por ele à imprensa ocorreu em 15 de julho. Três dias depois de Moraes impôs medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de publicações em redes sociais. Desde então, qualquer pedido de entrevista dependia de autorização judicial.
Além da entrevista, o magistrado autorizou que o ex-presidente realize sessões diárias de fisioterapia respiratória e motora. O pedido foi feito pela defesa com base em laudos médicos particulares, que apontam a necessidade de manutenção do condicionamento físico e de readequação postural.
De acordo com a decisão, as sessões de fisioterapia poderão ocorrer em dias úteis, durante o horário do banho de sol. Bolsonaro permanece detido em uma sala da Superintendência da Polícia Federal, em Brasília.
O ministro também autorizou o recebimento de cartas e encomendas endereçadas ao ex-presidente. Todo o material deverá passar por inspeção prévia e poderá ser entregue diretamente a Bolsonaro ou a seus familiares.
Outro ponto da decisão trata das visitas. Moraes determinou que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro poderá visitar o marido sem necessidade de autorização prévia, todas as terças e quintas-feiras, dentro do horário estabelecido pela Polícia Federal, com duração de 30 minutos.
No caso da entrevista, o ministro fixou que ela ocorrerá entre 11h e 12h, com duração máxima de uma hora. Outros veículos de imprensa haviam solicitado autorização semelhante, mas o ministro condicionou a liberação à manifestação prévia da defesa, o que ocorreu apenas em relação ao Metrópoles até o momento.