
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta terça (26) o reforço no policiamento na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro. A medida foi tomada após pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que apontou risco de fuga do ex-presidente, atualmente em prisão domiciliar.
“Efetivamente, considerados os elementos de prova colhidos pela Polícia Federal nos autos do Inq. 4.995/DF, bem como o envio aos autos, pelo Diretor-Geral da Polícia Federal, de manifestação noticiando o renovado risco de fuga de Jair Bolsonaro, revelam-se absolutamente necessárias e adequadas as medidas de monitoramento pleiteadas, sem que haja qualquer agravamento da situação do réu”, disse Moraes.
Na decisão, Moraes ordenou que a Polícia Penal do Distrito Federal “proceda ao monitoramento em tempo integral das medidas cautelares impostas” a Bolsonaro, “com destacamento de equipes para monitoramento em tempo real do endereço residencial do réu, onde cumpre prisão domiciliar”.
O ministro destacou que o reforço policial é “adequado e necessário” diante da proximidade do julgamento do processo da trama golpista, que tem o ex-presidente como principal réu, junto de aliados.
“Considerando a proximidade do julgamento de mérito da AP 2.668/DF e o fundado quanto à suficiência das medidas cautelares decretadas, verifica-se adequado e necessário o monitoramento do réu e investigado Jair Messias Bolsonaro”, escreveu Moraes na decisão.
A determinação do magistrado ainda afirma que os policiais vão “evitar a exposição indevida” e se abster “de toda e qualquer indiscrição, inclusive midiática, sem adoção de medidas intrusivas da esfera domiciliar do réu ou perturbadoras da vizinhança”.
O ex-presidente será monitorado em tempo integral pelos agentes.

Paralelamente, o Supremo prepara um esquema especial de segurança para o julgamento do ex-presidente, que começa no próximo dia 2. A Corte já montou dormitórios improvisados com beliches para garantir a presença permanente de agentes no local.
Os ministros ainda devem determinar varreduras nas casas dos ministros, restrição de acesso à Praça dos Três Poderes, reforço no policiamento do tribunal e uso de grades de proteção instaladas ao redor do prédio.