
A deputada federal Carla Zambelli deve cumprir pena na Penitenciária Feminina do Distrito Federal, a Colmeia, caso seja extraditada ao Brasil. A informação consta em despacho do ministro Alexandre de Moraes divulgado neste sábado. O presídio é de segurança média e abriga detentas nos regimes aberto, semiaberto e fechado, com capacidade superior a mil mulheres. No fim do ano passado, registrava 697 internas.
A Colmeia já enfrentou superlotação quando recebeu investigadas pelos atos de 8 de Janeiro, mas, segundo o juízo da Vara de Execuções Penais do DF, a situação foi normalizada. As presas são separadas por blocos conforme o perfil de cada uma, evitando convivência entre regimes diferentes. O documento cita critérios técnicos para alocação, observando “vulnerabilidades, riscos, necessidades assistenciais e a preservação da integridade física e moral”.
A administração do presídio afirma oferecer oficinas de trabalho, salas de aula, biblioteca e alas específicas para gestantes e lactantes, além de assistência médica ginecológica, clínica, psiquiátrica, psicológica, odontológica e pediátrica. Também menciona rotinas de monitoramento e prevenção de violações, com inspeções periódicas.
Apesar disso, o deputado distrital Fábio Feliz denunciou em outubro uma “situação degradante” na Colmeia, citando relatos de violações de direitos humanos. Segundo ele, a unidade não estaria cumprindo sua função de ressocialização. As denúncias contrastam com a versão apresentada pelo governo do Distrito Federal.

Zambelli fugiu do Brasil após ser condenada a dez anos de prisão pela invasão do sistema do CNJ e emissão de um mandado falso contra Moraes. Na Itália, recebeu nova condenação de cinco anos por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal, formando um único processo de extradição. O julgamento foi adiado para 18 de dezembro.
Desde sua prisão, a bolsonarista acumulou duas derrotas na Justiça italiana. A Corte de Apelação negou prisão domiciliar ou liberdade, alegando risco de fuga, e a Corte de Cassação manteve a decisão.