Moraes estende investigação contra Eduardo Bolsonaro por mais 60 dias

Atualizado em 8 de julho de 2025 às 14:59
O ministro Alexandre de Moraes e o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro. Foto: Divulgação

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu prorrogar por mais 60 dias a investigação da Polícia Federal (PF) sobre o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A decisão, publicada na segunda-feira (7), foi tomada após um pedido da PF para dar continuidade às diligências pendentes no caso.

A investigação busca apurar a atuação de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, onde ele está desde março deste ano, com foco em sua possível tentativa de interferir em processos judiciais no Brasil.

O inquérito foi aberto em maio, após um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que alega que Eduardo Bolsonaro fez declarações públicas e postagens nas redes sociais incitando ações contra autoridades brasileiras, incluindo o Supremo Tribunal Federal (STF).

Eduardo Bolsonaro durante discurso na Cpac em Washington. Foto: Divulgação

A PGR investiga se o deputado tentou pressionar o governo dos EUA, sob a liderança de Donald Trump, a impor sanções contra ministros do STF e outras figuras políticas brasileiras. Em seu depoimento à PF, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pai de Eduardo, revelou que enviou R$ 2 milhões ao filho para custear sua estadia nos Estados Unidos.

Ele afirmou que o dinheiro, transferido via Pix, tinha origem em uma campanha realizada em 2023. Apesar disso, Bolsonaro negou qualquer envolvimento em atividades ilegais ou tentativas de interferir nos processos judiciais em andamento no Brasil, alegando que as ações de seu filho eram voltadas à defesa da democracia.

O ataque político também chegou aos Estados Unidos, onde Donald Trump publicou nas redes sociais uma defesa enfática de Jair Bolsonaro, dizendo que ele estava sendo “perseguido” no Brasil. Em resposta, o governo do presidente Lula (PT) repudiou qualquer interferência externa, reafirmando que o Brasil não aceita tutelas externas em sua política interna.