
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta terça (23) que Jair Bolsonaro seja internado para realizar uma cirurgia de hérnia inguinal. O ex-presidente será levado na quarta (24) ao Hospital DF Star, em Brasília, para iniciar os exames pré-operatórios, e a cirurgia ocorrerá na quinta (25).
A decisão foi tomada após solicitação dos advogados de Bolsonaro, que haviam pedido a autorização para a realização do procedimento. A defesa de Bolsonaro explicou que a cirurgia é necessária para tratar a hérnia inguinal e um quadro de soluço persistente, com a previsão de internação por cinco a sete dias.
O magistrado afirmou que o transporte e a segurança do ex-presidente serão realizados “de maneira discreta” pela Polícia Federal e que o embarque será feito nas garagens do hospital. “A Polícia Federal deverá providenciar a completa vigilância e segurança do custodiado durante sua estadia, bem como do hospital, mantendo equipes de prontidão”, escreveu.
A corporação também deverá manter no mínimo dois policiais na porta do quarto de Bolsonaro, além de equipes para fora da unidade de saúde, se necessário. “Está vedado o ingresso no quarto hospitalar de computadores, telefones celulares ou quaisquer dispositivos eletrônicos, salvo obviamente os equipamentos médicos, devendo a Polícia Federal assegurar o cumprimento da restrição”, completou.
O pedido de autorização para a cirurgia foi feito após o próprio ministro Moraes solicitar que a defesa indicasse a data do procedimento. A decisão também levou em conta laudos médicos que confirmaram a necessidade da operação, incluindo um laudo pericial realizado pela PF.

Moraes já havia autorizado a realização do procedimento após uma perícia confirmar o diagnóstico de hérnia inguinal bilateral, que afeta ambos os lados da virilha de Bolsonaro. Segundo os membros da corporação, o procedimento é eletivo e não urgente, mas deveria ser realizado “o mais breve possível” para evitar complicações.
A análise médica também apontou que o quadro de hérnia de Bolsonaro piorou progressivamente, possivelmente devido ao aumento da pressão intra-abdominal causado pelos soluços e pela tosse crônica, o que intensificou a necessidade da intervenção.
Na última quinta (19), quando autorizou o procedimento, Moraes negou o pedido de prisão domiciliar feito pela defesa de Bolsonaro, que buscava uma mudança de regime alegando problemas de saúde. A negativa foi relacionada à alegação de que Bolsonaro ainda não apresentava um quadro médico que justificasse tal medida.
Após a autorização para o procedimento, a defesa de Bolsonaro formalizou o pedido de marcação da cirurgia nesta terça. O ex-presidente, que está preso desde novembro por violar a tornozeleira eletrônica, aguardava a definição da data para o tratamento, que agora foi aprovada pelo STF.