O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta sexta-feira (25) o bloqueio de todas as contas bancárias, cartões e chaves Pix do senador Marcos do Val (Podemos-ES). A decisão ocorre após o parlamentar viajar para os Estados Unidos na quinta-feira (24), desrespeitando medidas cautelares que incluíam o bloqueio de seus passaportes.
A ordem judicial, Segundo a IstoÉ, dá prazo de 24 horas para que os bancos efetivem os bloqueios determinados por Moraes. As restrições ao senador incluem:
– Bloqueio de investimentos financeiros;
– Cancelamento de cartões de crédito e débito;
– Bloqueio de chaves Pix;
– Restrição a movimentações bancárias.
Marcos do Val embarcou em Manaus com destino a Orlando, na Flórida, utilizando seu passaporte diplomático. A viagem ocorreu mesmo após o STF ter negado, em 16 de julho, um pedido formal do senador para passar férias nos EUA. Na decisão, Moraes argumentou que as investigações em curso exigiam que o parlamentar adaptasse sua rotina às medidas cautelares.
Em nota, Do Val afirmou: “Não há bloqueios no documento, que a viagem é regular e disse ter avisado as autoridades sobre às férias”. O senador alega que seu passaporte diplomático, expedido pelo Itamaraty, permanece válido até julho de 2027.
Contexto das investigações
O parlamentar é investigado por múltiplas acusações graves: participação em tentativa de anulação das eleições de 2022, ataques a autoridades judiciais, divulgação de dados sigilosos sobre os atos de 8 de janeiro, intimidação a agentes da Polícia Federal e vazamento de documentos da CPI (Comissão Parlamentar de Inqúerito) do 8 de Janeiro.
As investigações ganharam novo fôlego após Do Val publicar ameaças a policiais federais, expondo nomes e fotos de agentes envolvidos nos inquéritos do STF. Essas ações motivaram a abertura de novo processo e levaram Moraes a classificar o comportamento do senador como “desprezo absoluto pelas instituições”.
A Polícia Federal tentou apreender os passaportes do senador em sua residência em Vitória (ES), mas não encontrou os documentos. Do Val alegou que os itens estariam em seu gabinete em Brasília, onde também não foram localizados durante as buscas.