
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), intimou a defesa de Jair Bolsonaro a esclarecer o uso de um celular pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) durante uma visita ao ex-presidente em 21 de novembro. Naquele momento, ele cumpria prisão domiciliar e estava proibido de usar telefone, acessar redes sociais ou enviar mensagens por intermédio de terceiros.
Imagens exibidas pela TV Globo mostram Nikolas utilizando um celular na varanda ao lado de Bolsonaro. Embora o aparelho estivesse nas mãos do deputado, o registro levantou dúvidas sobre possível descumprimento das restrições impostas ao ex-presidente, que não poderia ter acesso direto ou indireto a dispositivos eletrônicos.
Moraes quer que a defesa esclareça se houve compartilhamento do aparelho, se Bolsonaro teve acesso a mensagens ou se utilizou o celular de forma indireta por meio do parlamentar. O objetivo é determinar se a visita violou as condições definidas pelo ministro quando autorizou a entrada do deputado na residência.
“Em decisão de 11/11/2025, autorizei a visita do deputado federal Nikolas Ferreira ao réu Jair Messias Bolsonaro, então em cumprimento de prisão domiciliar, a ser realizada no dia 21/11/2025. Ressaltei, naquela ocasião, que todas as visitas deveriam observar as determinações legais e judiciais previamente estabelecidas”, escreveu Moraes.

O ministro citou especificamente a reportagem do “Jornal Nacional” que registrou o momento em que Nikolas e Bolsonaro aparecem conversando na área externa enquanto o deputado usa o telefone. Para Moraes, a cena tornou necessário solicitar explicações formais à defesa.
“Em reportagem exibida pelo Jornal Nacional, foi informado que, durante a visita autorizada, o réu e o parlamentar foram vistos conversando na área externa, nos fundos da residência, enquanto o deputado utilizava um telefone celular”, prosseguiu o magistrado.
A intimação busca esclarecer eventuais responsabilidades e verificar se houve violação deliberada das restrições. Caso seja comprovado que Bolsonaro acessou o celular, direta ou indiretamente, a defesa pode enfrentar novas medidas judiciais.