O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes deu à Polícia Federal um prazo de 15 dias para elaborar um relatório “minucioso” sobre o suposto vazamento de dados da corporação pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).
Bolsonaro e o deputado Filipe Barros (PL-PR) são suspeitos de tornar públicos dados sigilosos da PF, com o objetivo de estimular a narrativa fraudulenta de que o processo eleitoral brasileiro não é confiável. O inquérito foi aberto 10 dias após o segundo turno das eleições de 2018.
De acordo com Moraes, a PF enviou todo o material obtido a partir das quebras de sigilo telemático. No entanto, o órgão não incluiu um relatório específico analisando esses elementos de prova.
“Dessa maneira, oficie-se à autoridade policial, Delegado de Polícia Federal Fábio Alvarez Shor, para que encaminhe aos autos, no prazo de 15 (quinze) dias, relatório minucioso de análise de todo o material colhido a partir da determinação da quebra de sigilo telemático, preservado o sigilo das informações”, diz o ministro em sua decisão.
Em fevereiro, o procurador-geral da República, Augusto Aras, ignorou os indícios de cometimento de crime por parte de Bolsonaro apontados pela PF e pediu o arquivamento da investigação.
Mesmo com o próprio Tribunal Superior Eleitoral (TSE) afirmando que os dados eram sigilosos, Aras decidiu que essas informações não eram reservadas e nem estavam “agasalhadas por regime de segredo externo”.