O coronel de cavalaria do Exército Bernardo Romão Corrêa Neto, que estava preso desde sua chegada ao Brasil em 11 de fevereiro, teve sua soltura determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta-feira (8), segundo o jornal O Globo.
Corrêa Neto foi detido no âmbito da Operação Tempus Veritatis, uma investigação da Polícia Federal sobre a possível trama de articulação de um golpe de Estado por parte da ala bolsonarista em que o coronel é acusado de participar.
Conforme aponta o relatório da PF, Corrêa Neto seria o responsável por organizar uma reunião de oficiais das Forças Especiais do Exército em 28 de novembro de 2022, após o segundo turno das eleições presidenciais, com os chamados “Kids Pretos”, grupo que seria encarregado de ações como prender Moraes, segundo a PF.
Na época, ele era assistente do Comando Militar do Sul e era considerado próximo do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), também investigado no caso.
A Polícia Federal alegou que diálogos encontrados no celular de Cid indicam que Corrêa Netto selecionou cuidadosamente os participantes da reunião, todos militares formados no curso de Forças Especiais, evidenciando um planejamento detalhado para utilizar técnicas militares em um golpe de Estado.
Na ordem de soltura, Moraes destacou a atuação do coronel na disseminação de notícias falsas por membros das Forças Armadas em associação com outros integrantes do grupo criminoso, visando desacreditar o processo eleitoral.
O ministro ressaltou ainda que a investigação demonstra o envolvimento próximo de Corrêa Neto nas ações destinadas a criar um ambiente propício para o golpe, incluindo a elaboração de uma carta de pressão ao então comandante do Exército, Freire Gomes.