Moraes mantém prisão de ‘kid preto’ acusado de plano para matá-lo

Atualizado em 4 de julho de 2025 às 20:39
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), com as mãos unidas, sorrindo
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) – Reprodução

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido de revogação da prisão preventiva do tenente-coronel do Exército Rodrigo Bezerra de Azevedo, suspeito de participar de um plano para assassinar o magistrado. Com informações do jornal O Globo.

Bezerra integra o grupo conhecido como “kids pretos”, militares com formação em Forças Especiais. A decisão reforça a gravidade das suspeitas e destaca a necessidade de garantir a ordem pública e a regularidade da investigação penal.

A defesa do militar alegava que os fatos investigados teriam ocorrido em 2022 e que não havia indícios concretos de periculosidade. Moraes, no entanto, sustentou que não há elementos que afastem a necessidade de manutenção da custódia cautelar. O ministro pontuou ainda que a prisão visa evitar interferências nas investigações e riscos à segurança institucional.

Durante depoimento à Polícia Federal, Azevedo negou envolvimento no plano golpista, mas admitiu ter utilizado o celular vinculado à tentativa de ataque a Moraes. Segundo ele, o aparelho foi encontrado em uma caixa com dispositivos antigos no Comando de Operações Especiais do Exército, onde atua. O militar declarou que passou a usar o celular por conveniência e não soube explicar a presença de chips cadastrados em seu nome e em nome de terceiros.

tenente-coronel do Exército Rodrigo Bezerra de Azevedo olhando para a câmera sério, no meio de montagem
O tenente-coronel do Exército Rodrigo Bezerra de Azevedo – Reprodução

A PF identificou Azevedo como usuário do celular ao constatar que ele inseriu um chip em seu nome no aparelho no dia 29 de dezembro de 2022. O delegado responsável pela investigação, Fábio Shor, considerou as explicações insuficientes e apontou agravamento na situação ao confirmar que o dispositivo pertencia ao Batalhão de Ações de Comandos.

A PF também associou Azevedo a um grupo de WhatsApp chamado “Dosssss!!!”, administrado por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Em 30 de dezembro, Azevedo postou mensagem lamentando a “omissão” das Forças Armadas.

O relatório da PF aponta que técnicas e militares especializados estavam sendo mobilizados para garantir a efetivação de um golpe de Estado. Ao ser questionado sobre a mensagem enviada no grupo, o tenente-coronel tentou minimizar o conteúdo, afirmando tratar-se de um desabafo por problemas internos no batalhão, como falta de efetivo e equipamentos.