O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, divulgou, na noite desta terça-feira (23), uma nova nota oficial para esclarecer informações sobre encontros com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. No comunicado, o magistrado detalha datas, local e temas tratados nas reuniões.
Segundo a nota, Moraes afirma que realizou duas reuniões com Galípolo em seu gabinete no Supremo Tribunal Federal. A primeira ocorreu no dia (14), após a primeira aplicação da Lei Magnitsky, registrada no dia (30). A segunda reunião, conforme o texto, foi realizada no dia (30), após a aplicação da mesma lei em sua esposa, no dia (22).
Mais uma vez, o ministro desmente as matérias publicadas pela colunista Malu Gaspar, do Globo, que afirma que Moraes usou do seu cargo para pressionar a autoridade monetária em favor dos interesses do banqueiro Daniel Vorcaro.
De acordo com o comunicado, os encontros tiveram como pauta exclusiva os efeitos da aplicação da legislação americana. O ministro afirma que, em nenhuma das reuniões, foi tratado qualquer assunto relacionado à tentativa de aquisição do Banco Master pelo BRB, nem houve qualquer tipo de pressão sobre a operação.
Na nota, Alexandre de Moraes também esclarece que jamais esteve nas dependências do Banco Central. O texto informa ainda que não houve ligações telefônicas entre o ministro e o presidente da autarquia, seja para tratar desse tema ou de qualquer outro assunto institucional.
O comunicado afirma também que o escritório de advocacia de sua esposa não atuou na operação de aquisição envolvendo o BRB e o Banco Master perante o Banco Central. Segundo o texto, não houve qualquer participação do escritório no processo relacionado à autarquia.
A nova manifestação ocorre após a divulgação de notas anteriores e de relatos jornalísticos sobre encontros entre o ministro do STF e o presidente do Banco Central. O comunicado divulgado nesta terça-feira (23) apresenta, pela primeira vez, a indicação formal das datas, do local e do conteúdo das reuniões mencionadas. Confira, na íntegra:
“O Ministro Alexandre de Moraes esclarece que realizou, em seu gabinete, duas reuniões com o Presidente do Banco Central para tratar dos efeitos da aplicação da Lei Magnistiky. A primeira no dia 14/08, após a primeira aplicação da lei, em 30/08; e a segunda no dia 30/09, após a referida lei ter sido aplicada em sua esposa, no dia 22/09. Em nenhuma das reuniões foi tratado qualquer assunto ou realizada qualquer pressão referente a aquisição do BRB pelo Banco Master. Esclarece, ainda, que jamais esteve no Banco Central e que inexistiu qualquer ligação telefônica entre ambos, para esse ou qualquer outro assunto. Por fim, esclarece que o escritório de advocacia de sua esposa jamais atuou na operação de aquisição BRB-Master perante o Banco Central”.