O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta sexta (27) o julgamento de um bolsonarista suspeito de financiar os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. O réu, Pedro Luís Kurunczi, é acusado de pagar pelo fretamento de ônibus que levaram manifestantes a Brasília.
Kurunczi nega as acusações e afirma que sua única participação foi a coleta de recursos entre outros manifestantes para ajudar no custeio dos transportes. O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, votou para condenar Kurunczi a 17 anos de prisão.
O julgamento está ocorrendo no plenário virtual do STF e será encerrado apenas em agosto, após o recesso do Judiciário. A análise do caso está sendo conduzida pela Primeira Turma da Corte.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou a favor da condenação, alegando que Kurunczi teve uma “ativa contribuição” para os atos golpistas. Segundo o órgão, o réu participou de um acampamento de teor golpista em Londrina (PR) e custeou a viagem de 153 pessoas até Brasília, pagando R$ 59 mil pelos quatro ônibus utilizados no transporte.
“Com sua conduta, Pedro Luís Kurunczi custeou e, assim, materialmente viabilizou a participação de dezenas de pessoas nos atos de violência”, afirmou o procurador-geral da República, Paulo Gonet, nas suas alegações finais.
A defesa de Kurunczi, por sua vez, refutou as acusações. Em sua manifestação final, os advogados afirmaram que o réu “apenas frequentou o movimento de protesto instalado em frente ao Tiro de Guerra de Londrina, o qual sempre se manteve pacífico e ordeiro”.
A defesa ainda acrescentou que Kurunczi somente “concordou em fazer uma tomada de preços para fretar quatro ônibus” e não teve participação no ataque violento.