Moraes vota para tornar réus bolsonaristas que armaram bomba em aeroporto

Atualizado em 12 de dezembro de 2025 às 14:04
George Washington Oliveira de Sousa, Wellington Macedo de Souza e Alan Diego dos Santos Rodrigues. Foto: Reprodução

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes votou para tornar réus três homens acusados de planejar e tentar executar um atentado com bomba no Aeroporto Internacional de Brasília, no fim de 2022. Segundo a acusação, a ação tinha motivação golpista e buscava criar instabilidade para manter o então presidente Jair Bolsonaro no poder após a derrota eleitoral.

O julgamento ocorre no plenário virtual da Primeira Turma do STF e foi iniciado nesta sexta (12). Além de Moraes, participam da análise as ministras e ministros Cármen Lúcia, Cristiano Zanin e Flávio Dino. Os votos podem ser inseridos no sistema até o dia 19 de dezembro.

A denúncia foi apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra George Washington de Oliveira Sousa, Alan Diego dos Santos Rodrigues e Wellington Macedo de Souza. Eles são acusados de associação criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e atentado contra a segurança do transporte aéreo.

Os três já foram condenados em duas instâncias da Justiça do Distrito Federal por crimes como explosão, incêndio e posse ilegal de arma de fogo. Parte das acusações, no entanto, é de competência da Justiça Federal, o que levou o caso ao Supremo para análise específica desses crimes.

Operação que detonou explosivos encontrados com bolsonaristas. Foto: Reprodução

De acordo com a PGR, o grupo se reuniu em dezembro de 2022 nas imediações do acampamento golpista montado em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília. Nesse local, os acusados teriam articulado o plano para detonar um artefato explosivo em área pública de grande circulação.

Segundo a acusação, George Washington foi responsável por montar a bomba, utilizando dinamite, acionadores e controle remoto. Wellington Macedo teria dirigido o veículo até o aeroporto, enquanto Alan Diego transportou o artefato e ajudou a posicioná-lo em um caminhão-tanque carregado de querosene de aviação.

Ainda conforme a PGR, Alan fez ligações telefônicas para alertar falsamente sobre a presença de bombas no aeroporto, com o objetivo de causar pânico. O plano foi frustrado após o motorista do caminhão notar um objeto estranho e acionar a polícia.

Em manifestação escrita, a Procuradoria afirmou que “o crime em questão, de perigo, tinha natureza instrumental, uma vez que cometido com o propósito de desencadear a deposição do governo legitimamente constituído e a abolição do Estado Democrático de Direito”.

Os três acusados estão presos preventivamente por ordem do STF. Para que se tornem réus, são necessários ao menos três votos favoráveis ao recebimento da denúncia.

Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.