Moro acusa Prerrogativas de defender a impunidade; grupo rebate: “Acredita que está acima da Justiça”

Atualizado em 24 de maio de 2022 às 17:18
Sabatina de Moro na Brazil Conference
Sergio Moro (União Brasil). Imagem: Reprodução

O ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) deu entrevista para a jornalista Leda Nagle nesta terça-feira (24) e atacou o Grupo Prerrogativas. A revolta do ex-ministro do presidente Jair Bolsonaro (PL) é porque se tornou réu por ter causado prejuízo ao Brasil por sua atuação na Lava Jato.

“Esse é o maior absurdo, né? Alguns deputados do PT, pegaram alguns deputados petistas, aquele grupo de advogados da impunidade, o Prerrogativas, é o pessoal que defende impunidade da corrupção”, reclamou Moro.

“A gente que viaja para o exterior, quando falamos essas coisas, elas ficam indignadas. Eles entraram com uma ação popular para me responsabilizar pelos danos cometidos pelo combate à corrupção. Ou seja, na visão dessa gente, acho que tem algum desvio ali”, acrescentou.

Segundo o processo tramitando na 2ª Vara Federal Cível de Brasíli, a Lava Jato, por meio da atuação de Moro, causou desemprego e prejuízos ao país.

A lei prevê reparação por atos de agente público que subverte a normalidade institucional em proveito próprio, abrindo mão dos deveres funcionais inerentes ao cargo que ocupa.

O pedido cita um estudo de William Nozaki e Rosa Maria Marques, para o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), que estima que a operação gerou um déficit de R$ 142,6 bilhões — três vezes mais que o prejuízo alegado pela corrupção, de acordo com a Lava Jato.

Confira o vídeo:

O DCM procurou o coordenador do Prerrogativas, o advogado Marco Aurélio de Carvalho, que enviou a seguinte resposta:

O Grupo Prerrogativas sempre defendeu o combate irrestrito à corrupção, mas dentro das regras estabelecidas no Estado de Direito. O Moro, a pretexto de combater a corrupção, corrompeu o nosso sistema de Justiça violando princípios básicos do nosso ordenamento jurídico.

Moro, Deltan e cia. alegam terem recuperados 6 bilhões de reais aos cofres públicos, mas escondem, entretanto, que, segundo dados do Diese, trouxeram ao país um rastro luminoso de destruição e miséria, gerando quase 5 milhões de desempregos e perdas estimadas de mais de 200 bilhões aos cofres públicos.

Moro ainda acredita que está acima da Justiça. Mas, agora sem a blindagem da toga,deverá responder pelos prejuízos causados ao país.