VÍDEO: Moro condiciona candidatura à Presidencia a brasileiros “se levantarem”

Atualizado em 9 de abril de 2022 às 17:25
VÍDEO: Moro condiciona candidatura à Presidencia a brasileiros "se levantarem"
Foto: Evaristo Sa/AFP

Neste sábado (09), o ex-juiz parcial Sergio Moro (União Brasil-SP) participou de um painel do Brazil Conference, nos Estados Unidos, onde passou por uma espécie de sabatina que contou com a presença do advogado Augusto de Arruda Botelho e da jornalista Eliane Cantanhêde.

Ele foi perguntado sobre a viabilidade da terceira via no Brasil e se disse um “soldado da democracia”, afirmando que seu nome está “à disposição” do “centro democrático” para concorrer à Presidência da República.

Para atacar seus dois opositores, Jair Bolsonaro (PL), e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder de intenções de voto nas pesquisas eleitorais, Moro os colocou como extremistas, tentando estabelecer alguma equivalência entre o autoritário chefe do governo federal e Lula, que governou democraticamente o país por oito anos. O ex-juiz aproveitou para dizer que “os brasileiros precisam se levantar e decidir o que querem para o futuro”.

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Moro leva invertida de moderador

Ex-juiz Sergio Moro
Foto: Reprodução

O moderador do painel, o professor e pesquisador de Harvard, Hussein Kalout, ex-secretário especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República no governo Michel Temer (MDB), tratou de corrigir Moro.

“Eu queria fazer um esclarecimento para não parecer que eu estou tomando partido dos lados dessa contenda. Como cientista político, gostaria de dizer que quando a gente fala de extremismo, colocar duas forças políticas como extremadas, talvez isso não reflita a realidade”, começou.

“Acho que sim, o presidente Bolsonaro se mostrou um político extremista, se mostrou sim um político radicalizado e ele procura fazer isso constantemente no exercício da função pública na condição de presidente da República. O senhor reconheceu que ele aviltou as instituições, impediu a implementação de uma política anticorrupção nas instituições públicas brasileiras, mas eu acho que – e isso não se trata da defesa do presidente Lula e nem do PT – não é apropriado trazer uma avaliação colocando um governo ou uma instituição partidária que exerceu o poder durante 13 anos, vencendo quatro eleições presidenciais, como extremada no exercício da política nacional”, continuou.

“extremismo é um pouco perigoso”

“Acho que sim, pode haver críticas às políticas públicas, é importante, mas rotular com extremismo é um pouco perigoso. É importante que isso seja dito. O PT quando foi impichado reconheceu o resultado jurídico do processo do impeachment, houve uma transição pacífica do poder. O presidente Lula, quando sua prisão foi determinada pelo senhor [Sergio Moro], cumpriu a decisão judicial, não a desafiou”, disse.

“Então isso reflete um pouco também um espírito democrático, ainda que haja discordância sobre sua política pública ou sua conduta. É importante reconhecer isso. Acho que colocar Bolsonaro e Lula na mesma equivalência me parece uma grande distorção histórica, ainda que se possa criticar o ex-presidente. Não há uma simetria possível, equivalente entre os dois lados no exercício do cargo público e no respeito às instituições”, finalizou.

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