Moro diz que anulação da condenação de Lula “foi um erro judicial”

Atualizado em 16 de junho de 2024 às 10:15
O presidente Lula e o senador Sérgio Moro: Foto: Reprodução

O senador Sergio Moro (União-PR), alvo de investigação no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por má gestão de recursos enquanto liderava a 13ª Vara Federal de Curitiba e réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta calúnia contra o ministro Gilmar Mendes, concedeu uma entrevista à coluna de Mônica Bergamo na Folha. O ex-juiz afirmou que a anulação da condenação do presidente Lula “foi um erro judicial”, mas que não vê o atual chefe de estado como ”inimigo pessoal”:

(…) Mas a Lava Jato não foi uma oportunidade perdida de combate à corrupção a partir do momento em que tomou contornos políticos, transformando Lula em seu principal foco?

A crítica no início era a de que a Lava Jato era focada no PT. Isso se mostrou falso. Outros partidos foram afetados, inclusive o PSDB.

Em relação ao Lula, dizem que eu teria feito isso e aquilo. Mas o fato é que minha decisão [de condenação] foi reafirmada em outras instâncias e por cortes superiores. Foi um trabalho institucional.

Depois houve um revisionismo —a meu ver, político. Respeitamos as decisões das cortes superiores. Mas, a meu ver, a anulação [da condenação de Lula] foi um erro judicial.

Mas é a vida que segue, né, Mônica? Eu, por exemplo, não subo na tribuna do Senado e fico falando de triplex, de sítio de Atibaia. A gente tem que olhar para a frente.

O que passou por sua cabeça quando viu Lula subindo a rampa do Palácio do Planalto novamente como presidente?

Não me considero um inimigo pessoal dele, de maneira nenhuma. Não sei qual é o sentimento dele, evidentemente.

Ninguém manda alguém para a cadeia feliz. Pelo contrário. Mas era o nosso dever legal. Como juiz [da Lava Jato], apliquei a lei.

E como é estar hoje no papel inverso, o de acusado?

A gente vê claramente que há hoje um pouco de espírito de perseguição contra pessoas que atuaram na Operação Lava Jato. Talvez por conta do governo Lula.

Nesta questão eleitoral [Moro foi acusado de abuso de poder econômico], tanto o TRE [Tribunal Regional Eleitoral do Paraná] quanto o TSE [Tribunal Superior Eleitoral] proferiram decisões técnicas [que o absolveram]. O caso não se sustentava.

Eu nunca vi até hoje em relação a mim nenhuma acusação que tenha um mínimo de consistência.(…)

Os ministros Cármen Lúcia e Alexandre de Moraes, que votaram contra o senhor no caso da suspeição contra Lula, o absolveram agora no TSE. Eles cometeram erro judiciário em um caso e foram técnicos no outro?

Bem, você mesma agora há pouco disse que ninguém é infalível, né? Mas eu também não estou aqui para ficar avaliando juiz X ou juiz Y. A gente considera o julgamento coletivo, institucional.(…)

Chegamos ao Blue Sky, clique neste link

Siga nossa nova conta no X, clique neste link

Participe de nosso grupo no WhatsApp, clicando neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link