Quando mantinha uma página no Facebook destinada a idolatrar o marido, a “Eu MORO com ele”, Rosângela avisou em uma postagem que existiam muitos perfis falsos do marido no Facebook, mas somente um era dele mesmo, fechado para os amigos.
O perfil não traz a foto de Moro, mas de dois juízes britânicos em trajes de chefe da Justiça (Lord Chief Justice).
Um deles é Sir William Erle, que atuou na primeira metade do século XIX. Os biógrafos o descrevem como um juiz forte e muito convicto de suas opiniões. Tinha também um leve sotaque regional.
Para ser Moro – ou como parece que Rosângela Wolff Moro o via –, só faltava Sir William Erle falar fino.
O falso Lord Chief Justice continua vivo no Facebook, mas só para interação com amigos e parentes.
Um leitor atento que observou Moro no depoimento à Comissão de Constituição e Justiça do Senado viu que, na vida real, ele procura reproduzir o gesto característico Sir William Erle, eternizado em um quadro.
Apoia o queixo sobre o polegar com outos dois dedos encostados na face. A clássica imagem do homem que quer parecer inteligente.
Moro, como se vê pelo seu histórico e principalmente pela publicação de seus chats secretos, parece mesmo se considerar o chefe.
Escolhe quem vai julgar, empareda o Supremo e dá ordem ao Ministério Público para perseguir jurisdicionado.
Na Inglaterra, estaria preso.
Aqui se tornou superministro num governo de extrema direita.